A retração da economia e o impacto na diminuição do consumo, as condições climáticas menos favoráveis dos últimos dois anos, somado ao alto custo de tributação no Rio Grande do Sul em comparação com outros estados acionam o sinal de alerta no setor sorveteiro gaúcho.
Na última semana, a Associação Gaúcha das Indústrias de Gelados Comestíveis (Agagel), com sede em Porto Alegre, reuniu-se com o secretário adjunto da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia (SDECT), Evandro Fontana.
O encontro ocorreu na sede do órgão público na Capital e teve como objetivo expor as dificuldades e buscar o apoio e a interferência do governo estadual na busca por soluções. A Agagel esteve representada pelo presidente Vanderlei Bonfante, da cidade de Ibiaçá, e mais quarto lideranças, entre as quais os empresários do ramo Martin Eckhardt, de Lajeado, e Gian Lisboa, de Candelária.
O grupo alertou para a urgente necessidade de melhor fiscalização nas fronteiras do Estado, a fim de evitar a sonegação de impostos. Eles ainda relataram a concorrência em condições desiguais com empresas de outros estados onde o imposto sobre o sorvete é muito menor. “É um conjunto de fatores que estão tornando a sobrevivência quase que insustentável. Não há mais como diminuir custos”, declarou Eckhardt.
Segundo o presidente da Agagel, a estimativa é de que a queda nas vendas nos últimos dois anos gire em torno de 30%. “Muitas de nossas empresas associadas estão demitindo, algumas vendendo parte da frota de transporte e buscando outras alternativas para se manter”, acrescentou Bonfante. A estimativa da entidade é que 60% dos produtos vendidos no RS são fabricados em outros estados.
A Agagel solicitou ao governo do Estado a redução da alíquota de impostos, a fim de dar mais competitividade às indústrias do setor. “Tenho certeza que isso impactaria nas vendas e o resultado financeiro seria superior à compensação da renúncia fiscal”, disse Eckhardt. O secretário Evandro Fontana observou que o foco da SDECT é fazer com que todas as áreas se desenvolvam e cresçam, possibilitando ao Estado sair da posição econômica que vive atualmente. Ele colocou o órgão à disposição para receber um estudo mais detalhado sobre o setor. Além disso, a secretaria vai auxiliar a Agagel no fortalecimento do setor com alternativas como o Arranjo Produtivo Local (APL), e na criação de um selo para qualificar o sorvete, definindo parâmetros mínimos de padronização do produto.
Também participaram da reunião a secretária executiva da Agagel, Maria Luiza Dalzochio, e o contador Fabiano Luft. Por parte do governo, acompanharam a atividade o coordenador adjunto da central da SDECT Nery dos Santos Filho; diretor Adriano Boff; e a coordenadora executiva Maria Paula Merlotti.
Texto: Ascom Agagel