As plantas de cobertura dos solos têm por finalidade proteger o solo contra o impacto das gotas da chuva, assim diminuindo o risco de erosão e tornando o ambiente mais propício para que haja ciclagem dos nutrientes. Ainda impedem a perda de nutrientes e contribuem para a manutenção e/ou melhoria dos atributos físicos, químicos e biológicos do solo.
As principais plantas utilizadas como cobertura do solo são as leguminosas e as gramíneas cultivadas e também as plantas espontâneas. Entre exemplos de leguminosas podemos citar os feijões, a ervilhaca e os trevos. No caso de gramíneas destaca-se o uso da aveia preta, do azevém. É comum, e também recomendado, a semeadura na forma de consórcio entre leguminosas e gramíneas, a exemplo da aveia+ervilhaca ou azevém+ervilhaca.
Enquanto as leguminosas disponibilizam nitrogênio, através da fixação biológica do nitrogênio (FBN), as gramíneas são excelentes recicladoras do carbono, portanto permanecem por um maior período protegendo o solo, pois seu ciclo é mais longo e sua ciclagem tende a ser mais lenta.
Um solo adequadamente coberto com plantas de cobertura tem condições de armazenar maior resistência a erosão, pois a ação da gota d’água é reduzida pelas plantas, com isso as perdas de solo no caso de enxurrada também são menores quando comparados a um solo sem cobertura.
Outro fator que influencia positivamente na cobertura do solo diz respeito a capacidade de retenção da água da chuva. Em uma condição de solo sem cobertura, a água tende a ser mais facilmente perdida, tanto nos processos de evaporação quanto lixiviação (quando a água escorre no perfil do solo). A rizosfera (região do entorno das raízes das plantas de cobertura), permite armazenar uma parte da água que seria lixiviada, e portanto perdida para o lençol freático.
No caso da evaporação, que tem relação direta com a temperatura do solo, é sabido que um solo cultivado no limpo apresenta maiores taxas de evaporação, resultado de um fenômeno físico que tem relação direta com a absorção ou reflexão dos raios solares. Para facilitar o entendimento, pense em duas situações: na primeira você se expõe aos raios solares vestindo uma camisa preta, e numa segunda utilizando camisa branca. Considerando o mesmo tempo de exposição, em iguais condições, em qual delas você sente maior calor? Pois bem, um solo sem cobertura, está sujeito a maior absorção de calor.
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Dica agronômica: aproveite a época para fazer a semeadura de aveia ou azevém em consórcio com ervilhaca ou nabo forrageiro.
Eduardo Mariotti Gonçalves
Engenheiro Agrônomo, Emater RS