Espetáculo ocorre na sexta-feira Santa, 7 de abril, a partir das 20h, no Morro da Igreja Matriz e conta com a participação de 80 pessoas da comunidade
A Paixão de Cristo de Muçum é um dos eventos mais aguardados no município durante o ano. Seja pela sua estrutura ou pela mensagem de fé e reflexão que o espetáculo transmite durante sua realização. Além disso, a encenação é atração imperdível para turistas que visitam a cidade e o Vale do Taquari durante a Semana Santa. Realizado a mais de duas décadas por um grupo de pessoas, hoje coordenado pela Associação Muçunense de Artes (AMA), o espetáculo é uma mega encenação teatral ao ar livre que conta momentos marcantes da vida de Jesus, começando pelo encontro de Jesus Cristo e João Batista no deserto e terminando com a sua crucificação e ressurreição em uma cena final cheia de surpresas que prometem emocionar a todos.
Em 2023, o espetáculo da Paixão de Cristo acontecerá no dia 7 abril, a partir das 20h. A peça é realizada no Morro da Igreja Matriz, área central da cidade, que conta com um espaço amplo, onde são erguidos cenários em tamanho real, reproduzindo a cidade de Jerusalém na época de Jesus Cristo. Desde o ano passado, o espetáculo foi transferido para a área lateral do morro, com o objetivo de ampliar o espaço de espectadores e também aumentar a divisão de toda a cenografia existente.
Assistido por milhares de espectadores ao longo de duas décadas, vindos de diversas cidades da região, do Estado e do Brasil, o espetáculo conta com um elenco de 80 atores, figurantes e técnicos, que trabalham para criar uma experiência emocionante e inesquecível para o público. Este ano, diversas mudanças no elenco foram realizadas, com o objetivo de oportunizar que novos talentos tenham visibilidade junto ao espetáculo. No papel de Jesus, está o jovem Rafael Miotti, de 18 anos, que assume, pela primeira vez, a responsabilidade em conduzir o personagem principal. A professora Fabiana Todescatto Bagnara segue como sua mãe, no papel de Maria. O presidente da AMA, Renan Lucas Nardin, segue interpretando o governador romano Pôncio Pilatos; Silvio Giacomolli vivendo o personagem Rei Herodes e Cleber Pasqualetto, o sumo-sacerdote Caifás. Além deles, outras dezenas de pessoas participam do elenco.
Conforme o diretor do espetáculo, Ranieri Zilio Moriggi, em 2023, a proposta da encenação visa manter o espírito de participação comunitária, valorizando os voluntários que se doam durante quatro meses para a execução do projeto, bem como, oferecer ao público, uma experiência única, tanto pela arte, quanto pela fé que o momento propicia. “Somos um grupo que, acima de tudo, busca entregar a quem vem nos assistir, um momento de reflexão, algo que vai muito além da arte. Sabemos de nossas limitações afinal, não somos profissionais e tudo o que fazemos, realizamos com amor e por um único objetivo: manter este evento acontecendo, mesmo com inúmeras dificuldades impostas pelos dias atuais”, revela.
Assim como em anos anteriores, o evento não terá cobrança de ingresso. Todo financiamento para a realização da encenação é da Prefeitura Municipal de Muçum e da AMA. “Para melhor acomodação, o pedido que fizemos é de que a comunidade local e visitantes, venham com cadeiras para melhor acomodação, já que o nosso espetáculo tem duração de, aproximadamente duas horas”, explica o presidente da entidade, Renan Lucas Nardin.
Encenação teve início nas ruas da cidade
O espetáculo da Paixão de Cristo de Muçum teve sua origem nas encenações coordenadas pelas irmãs Scalabrinianas, que eram responsáveis pelo atendimento no Hospital Nossa Senhora Aparecida e por suas ações pastorais junto à Paróquia Nossa Senhora da Purificação. Anualmente, o evento era realizado nas ruas da área central de Muçum. Após um período, o espetáculo passou a ser coordenado pelo grupo de jovens da Igreja que, posteriormente, tornou-se Associação Muçunense de Artes (AMA).
Os primeiros espetáculos contavam com a participação apenas de familiares e membros da comunidade católica de Muçum. Com o passar dos anos, as encenações começaram a atrair maior número de expectadores e atores das comunidades dos bairros e interior do município, ganhando notoriedade. Foi então que, em 2010, o então grupo de jovens resolveu ampliar o espetáculo, construindo cenários grandiosos e levando o teatro para o morro da Igreja Matriz. Desde então, já são décadas de apresentações ininterruptas, atraindo espectadores de todo o Rio Grande do Sul.
A cada ano, o espetáculo se reinventa, trazendo novidades e novas mensagens para encantar os espectadores. Segundo pesquisas realizadas a cada edição, cerca de 95% dos entrevistados consideram o espetáculo ótimo ou bom. Além disso, quase 80% do público retorna para assistir ao espetáculo da Paixão de Cristo de Muçum pelo menos mais uma vez.
De acordo com o diretor, a cada ano, o espetáculo apresenta inovações no texto, figurinos e cenografia. A ideia, segundo Moriggi, é manter o tradicional, mas inserindo novidades que possam causar surpresa e encantamento ao público. “Eu sempre digo que não podemos mudar a história da vida de Jesus Cristo. Ela é única e tem um significado para nós, cristãos. Porém, precisamos buscar inspirações para apresentar ao público que visita nossa cidade e nosso espetáculo todos os anos. Sempre dá para inventar alguma coisa ou recriar algo que já fizemos, de forma diferente e inovadora”, garante.
Programação da Sexta-feira Santa em Muçum
8h – Abertura da Igreja Matriz, com adoração ao Santíssimo durante todo o dia.
16h – Leitura da Paixão na Igreja Matriz.
20h – Encenação da Paixão de Cristo de Muçum, no Morro da Matriz.