A Cooperativa Languiru segue acreditando em projetos sociais que buscam entregar um legado à sociedade e, principalmente, transformar a vida das pessoas. A partir de agora, uma destas iniciativas busca promover a reintegração social de mulheres que cumprem pena no Presídio Estadual Feminino de Lajeado. Por meio de oficinas de gastronomia, apenadas receberão dicas sobre receitas e boas práticas no preparo de alimentos. Uma oportunidade de aprender uma nova profissão, encontrar lugar no mercado de trabalho ou até empreender.
Estamos falando do programa “Na Cozinha com a Languiru – Estabelecimentos Prisionais”. A primeira aula ocorreu no dia 26 de janeiro e, inclusive, foi antecedida de solenidade de apresentação do projeto. Esse momento contou com a participação de representantes da 8ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), da Superintendência dos Serviços Penitenciários (SUSEPE), do Departamento de Tratamento Penal (DTP), do Departamento de Políticas Penitenciárias (DPP) e da Secretaria da Justiça Social e Sistemas Penal e Socioeducativo (SJSPS). O evento foi acompanhado pela assessoria de imprensa da secretaria estadual e por veículos de imprensa do Vale do Taquari.
Preparação, empreendedorismo e gratificação
A delegada da 8ª DRP, Samantha Lopes de Moraes Longo, destacou que o projeto oferece a possibilidade de reintegração à sociedade. “Além de oferecer uma qualificação às pessoas privadas de liberdade, prepara as mulheres para o pós-cumprimento de pena”, apontou. O diretor do DTP, Cristian Ericksson Colovini, foi na mesma linha e acrescentou que o projeto será capaz até de impactar as famílias das apenadas. “É uma pauta que vai refletir em empreendedorismo e soluções para a comunidade”, avaliou.
A diretora interina substituta do Presídio Estadual Feminino de Lajeado, Natássia Prestes Messias, ressaltou que a unidade gera projetos que visam a reinserção das mulheres na sociedade. “É um trabalho de fundamental importância que engrandece e gratifica”, afirmou.
Troca de experiências
A chef Christiana Garcia, profissional que vai conduzir as aulas de gastronomia, lembrou que a sociedade vive uma realidade diferente das apenadas. “Assim como vou trazer conhecimento, vou levar conhecimento”, disse.
Representatividade social
O gerente executivo de Recursos Humanos e Desenvolvimento Cooperativo da Languiru, Alexandre Marcelo Schneider, propôs uma reflexão sobre os valores e princípios da sociedade contemporânea. Atentou para a falta de empatia entre as pessoas e a necessidade de exercer a cidadania. Nesse contexto, ressaltou o protagonismo da Languiru. “Pelo nosso tamanho, além da importância econômica, assumimos uma grande representatividade social”, ponderou.
Sociedade precisa da Languiru
O secretário da SJSPS, Mauro Hauschild, destacou a sensibilidade dos órgãos públicos e da Cooperativa para o desenvolvimento do projeto. Compreende que se trata de um processo de construção baseado na união de esforços. “A gente faz a diferença na vida das pessoas quando acreditamos que elas podem mudar”, frisou. Salientou a necessidade de adotar e implementar políticas que diminuam a chance das pessoas optarem pela delinquência. “Depois que entram no sistema, é mais difícil de recuperar”, argumentou.
Hauschild classificou o projeto como uma inspiração à sociedade, exemplo para outras parcerias entre os poderes público e privado. “A Languiru é uma Cooperativa forte, sólida e plural. Esse programa é um pequeno universo daquilo que ela faz todos os dias: a diferença na vida das pessoas”, afirmou. Apontou que o desafio é grande, porém, acredita em mais parcerias como essa com a Languiru. “São pessoas e instituições como vocês que precisamos na vida dos cidadãos”, elogiou.
O programa
A iniciativa consiste em ensinar técnicas de corte, manuseio e preparação de alimentos para as apenadas. Os principais ingredientes dos pratos sempre serão produtos Languiru. Além disso, serão ministradas aulas sobre as boas práticas na cozinha. Os encontros serão conduzidos pela chef Christiana Garcia.
As aulas terão periodicidade mensal. A primeira já ocorreu no mês de janeiro, sendo que o programa se estende até o mês de junho. Os encontros ocorrerão na cozinha industrial do presídio, espaço que recebeu investimentos e foi reformado recentemente.
TEXTO – Éderson Moisés Käfer e Leandro Augusto Hamester