O deputado federal Lucas Redecker informou, nesta terça-feira (09), que entre o final do mês de junho e o começo do mês de julho deverá estar concluído o processo para o registro no Brasil do medicamento Zolgensma (laboratório Novartis), usado no tratamento da AME (Atrofia Muscular Espinhal).
Redecker recebeu a informação da Anvisa (Agência Nacional de Vigiência Sanitária), depois de consultar o órgão sobre o andamento do registro do medicamento, que precisa ser administrado em pacientes até os dois anos de idade. Esse é o caso da bebê Lívia Telles, de Teutônia, que comove e mobiliza o Rio Grande do Sul por conta da arrecadação de R$ 9 milhões para a aquisição do medicamento, que está entre os mais caros do mundo.
“Estou confiante que, em breve, este medicamento estará disponível no Brasil, o que vai auxiliar na redução dos custos bem como aplicação da medicação aqui no país, o que hoje somente pode ser feito no exterior”, explicou Redecker. O deputado alertou, entretanto, que o registro do medicamento no Brasil ajuda a reduzir os custos, mas não o torna gratuito.
“O processo está caminhando. A empresa recebeu as exigências fruto do processo de análise. Aguardamos a resposta e ao mesmo tempo estamos organizando para a aprovação. Acreditamos que no final de junho e início de julho o produto esteja pronto para registro. Vamos esperar as adequações da indústria”, informou ao deputado por e-mail João Batista Silva Júnior, gerente de Sangue, Tecidos, Células e Órgãos da Anvisa.
No mês de abril, Redecker, junto com o prefeito de Teutônia, Jonatan Bronstrup e o pai da paciente Lívia Telles, Anderson Telles, realizaram reunião virtual com a Anvisa tratando sobre o registro do medicamento no Brasil, ocasião em que o órgão fixou o prazo do fim do primeiro semestre para a conclusão do trâmite. “Mesmo com essa importante notícia precisamos continuar mobilizados nessa corrente do bem, pois ainda que haja a possibilidade do medicamento ser utilizado no Brasil sabemos que o custo será alto e ainda precisamos da colaboração de todos para que alcancemos o objetivo do valor do medicamento”, afirmou o prefeito.
O que é Atrofia Muscular Espinhal (AME)?
De acordo com o Ministério da Saúde, a Atrofia Muscular Espinhal (AME) é uma doença rara, degenerativa, passada de pais para filhos e que interfere na capacidade do corpo de produzir uma proteína essencial para a sobrevivência dos neurônios motores, responsáveis pelos gestos voluntários vitais simples do corpo, como respirar, engolir e se mover. Varia do tipo 0 (antes do nascimento) ao 4 (segunda ou terceira década de vida), dependendo do grau de comprometimento dos músculos e da idade em que surgem os primeiros sintomas.
Doenças raras
Existem cerca de 8 mil tipos de doenças raras no mundo, incluindo a Atrofia Muscular Espinhal (AME). Para ser considerada rara, a doença tem que atingir 65 a cada 100 mil pessoas. Estudos apontam que 80% das doenças raras decorrem de fatores genéticos e 20% estão distribuídos em causas ambientais, infecciosas e imunológicas. Há 40 protocolos de atendimento voltados para o tratamento de diversas doenças raras no âmbito do SUS, incluindo AME.