

A Emater/RS-Ascar trabalha desde o início deste mês em uma cartilha que detalha a importância das boas práticas na colheita e na pós-colheita da noz pecan. O documento orienta os produtores para uma série de ações que podem ser feitas antes, durante e depois da colheita e que visam a evitar contaminações, garantir que os frutos sejam apanhados no período certo e que possam ser secados e armazenados em condições adequadas, com mais retenção de qualidade e de cor, evitando ainda deteriorações, quedas e outras perdas.
Um dos responsáveis pela elaboração do material, o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Derli Bonine, explica que os cuidados nestas etapas possibilitam a oferta ao consumidor de nozes mais saudáveis, com redução de riscos de contaminação e de depreciação dos frutos. “A noz é uma fruta suscetível a mofos ou a formação daquilo que se conhece como ‘gosto rançoso’, se for mal armazenada o colocada em ambientes excessivamente úmidos ou pouco ventilados”, salienta.
Mas Bonine lembra que as boas práticas não estão relacionadas somente à colocação dos frutos em um ambiente seco, limpo e arejado. “Tudo começa antes da colheita, quando os agricultores devem retirar os animais previamente, em caso de consorciamento, e roçar a área do pomar, procedendo ainda com a colheita dos frutos que já tenham tido quedas precoces”, explica. Sobre o ponto da colheita, o agrônomo observa que ele se deve ocorrer quando da abertura da cápsula carnosa que envolve a noz. “Esta é a fase da maturação fisiológica”, frisa.
Sobre a colheita em si, Bonine explica que ele pode ser feita com equipamentos como o shaker ou com um sarrafo de forma manual. “Em ambas as formas recomenda-se a colocação de uma lona ou malha no solo, que evita a contaminação”, observa. O extensionista destaca ainda a importância se separar as nozes já caídas naturalmente no solo, selecionando manualmente e descartando manualmente os frutos escuros, com bolores aparentes ou com cápsula carnosa aderida. “Também devem ser retiradas folhas, galhos e ramos durante esta etapa”, afirma.
Um dos responsáveis pela agroindústria de nozes Santo Antônio, de Encantado, o agricultor Rodson Spessatto, acredita na importância destes manejos, como uma forma de garantir a oferta de frutos de qualidade, que são comercializados descascados e in natura em embalagens a vácuo. Pecanicultor, em parceria com a tia Arlete Valandro, há mais de 20 anos, o produtor possui uma área próxima de três hectares plantados que, na última safra, chegaram a uma média colhida próxima de dez toneladas.
A boa produtividade também tem a ver com os cuidados na colheita, que é feita de forma mecanizada, e na pós-colheita, com os frutos sendo armazenados, em última etapa, em uma câmara fria, adquirida em parte com recursos do Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos Rurais (Feaper). “São duas etapas, sendo a primeira com secagem natural com a casca e a segunda em ambiente refrigerado após o descasque, com menos umidade, o que garante mais durabilidade”, salienta Rodson.
Apoiada pela Emater/RS-Ascar por meio de convênio com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado, a família comercializa seu produto direto ao consumidor e em feiras. Para o extensionista da Emater/RS-Ascar, Eduardo Mariotti Gonçalves, os processos adotados na colheita e na pós-colheita são um investimento. “A noz pecan é um fruto frágil, suscetível a uma série de contaminações que podem deixa-la com gosto amargo ou ainda imprópria para o consumo e esta estratégia visa a minimizar esse risco”, reitera.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald