Implantação de um consultório exclusivo para atender casos de baixa complexidade é alternativa, pois 70% dos casos não são urgentes
A fim de discutir alternativas para melhorar e qualificar o atendimento no Pronto Socorro do Hospital Estrela, representantes da instituição, da Secretaria da Saúde, Conselho Municipal da Saúde e comunidade reuniram-se em audiência pública na tarde desta segunda-feira (29.04), na Câmara de Vereadores. O Plano de Ação, apresentado pelo diretor do hospital, José Clóvis Soares, sugere, entre outras, a viabilização de um consultório exclusivo para atender os casos de baixa complexidade. Isto porque, segundo ele, dos atendimentos prestados no PS cerca de 70% não são urgentes. No mês de março, conforme Soares, foram 1.939 pacientes. Deste total, 1.351 não eram casos de urgência; 552 foram classificados como “pouco urgentes”; 35 como “urgentes” e somente um foi situação de emergência.
Esta proposta, de acordo com o diretor, já foi implantada em outro hospital da Rede de Saúde Divina Providência, o que reduziu o tempo de espera, que era em média de 2 horas, para 15 minutos. Ele defendeu também maior integração das Unidades Básicas de Saúde com o hospital para melhorar esta situação. Medidas como esta, além de outras como a redefinição do fluxo assistencial e a maior participação dos municípios no custeio operacional, qualificariam o atendimento e ajudariam a reverter o quadro economicamente desfavorável, pois o desempenho econômico ambulatorial apresentou, em 2018, um déficit de R$ 2,5 milhões. A proposta de um consultório exclusivo já foi apresentada à Secretaria da Saúde, com a qual a direção do hospital esteve reunida para buscar soluções de forma conjunta.
José Clóvis Soares também forneceu dados do hospital, que apresentou um déficit superior a R$ 2,7 milhões em 2018. “O hospital tem ótimos serviços e é referência em nível estadual. Mas é preciso fazer com que os pacientes tenham mais acesso, pois a taxa de ocupação é de 55%”, disse. Conforme o diretor, 72% dos atendimentos prestados são pelo SUS. “Não deixamos de atender pelo SUS mesmo quando atinge o teto”, ressaltou. Segundo ele, a diferença entre o que foi contratualizado com o governo federal e o que foi prestado pelo hospital chega a R$ 1,45 milhão. O prazo médio para o pagamento dos serviços pelos governos é de 118 dias, sendo que o Estado deve valores de setembro a dezembro do ano passado.
A audiência foi aberta pelo secretário da Saúde Elmar Schneider. Em seguida a coordenadora da Atenção Básica da pasta, enfermeira Leandra Baldissareli, apresentou dados sobre os serviços prestados pelo município, onde a cobertura da atenção básica atinge 67,4% da população. Em 2012 o número de consultas médicas por intermédio da Secretaria da Saúde foi de 4.304 por mês, chegando a 6.544 neste ano. Em termos econômicos, o município tem um custo mensal de R$ 278 mil com atendimento de médicos (clínico geral e pediatra) nas Unidades Básicas.
Texto e fotos: Paulo Ricardo Schneider
Assessoria de Imprensa Prefeitura de Estrela