Ocorreu na manhã desta segunda-feira, 1º, a abertura oficial da 8ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro para o Controle do tabaco (COP-8), na sede da Organização Mundial da Saúde (OMS), em Genebra, na Suíça. A delegação da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), formada pelo vice-presidente no Rio Grande do Sul, Rudinei Härter, o tesoureiro Giovane Wickert e o consultor executivo Dalvi Soares de Freitas participaram do ato que deixou os representantes dos municípios frustrados.
Conforme o tesoureiro, em nome do governo brasileiro, a advogada-geral da União, Grace Mendonça, apresentou dados das medidas restritivas adotadas pelo Brasil. Wickert explica que a advogada-geral da União usou o exemplo da alta tributação do cigarro no país como um argumento positivo para afugentar a iniciação ao tabagismo, em função do custo elevado. “Quando o Brasil toma a frente, colocando seus avanços no combate ao tabagismo como vitorioso, isso nos preocupa. De fato, se aperta mais o cerco contra o setor, e mostra que continuará agindo com força na restrição ao tabaco”, destaca.
Durante a explanação do governo brasileiro, que durou cerca de 20 minutos, Grace Mendonça destacou ainda a política pública do Instituto Nacional do Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca), junto à atuação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e a própria Advocacia-geral da União (AGU) adotam, com o ingresso de ações na Justiça para acabar com o sabor e aroma, assim como a redução do número de fumantes. Segundo Grace, o Brasil reduziu de 29% para 12% no caso dos homens e 19% para 8% entre as mulheres. “É absurda e inoportuna este confronto da AGU, que representa o governo brasileiro, ao se posicionar contra a cadeia produtiva do tabaco. Isto demostra a falta de coragem do governo brasileiro em enfrentar as restrições da convenção-quadro e defender a nossa cadeia produtiva”, avalia o consultor executivo da Amprotabaco, Dalvi Soares de Freitas.
De acordo com ele, o discurso brasileiro na abertura da COP-8 atacou a produção do tabaco diante dos demais países, sinalizando que não se preocupa com a cadeia produtiva. “É muito triste ver um país que há 25 anos é o maior exportador de tabaco e é o segundo maior produtor do produto, onde mais de dois milhões de pessoas vivem desta cultura, ter um representante oficial do governo fazer um combate tão expressivo contra o tabaco. Isto é lamentável”, complementa Soares.
A audiência de abertura encerrou por volta das 13 horas (hora local), no Brasil, 8 horas da manhã. No turno da tarde, ocorreu um encontro da Missão Brasileira na COP-8, realizado na embaixada do Brasil na Suíça.
Texto: Ascom AMPROTABACO