Ampliar o acesso das mulheres vítimas de violência doméstica aos serviços disponibilizados pela rede de atendimento. É basicamente isso que a Ação Cidadania da Mulher, iniciativa da Secretaria Municipal de Políticas Públicas (Sepop), em parceria com o Governo do Estado, pretende fazer de hoje até sexta-feira (25). Uma gama de atividades ocorrerão no Centro da cidade e nas localidades de Rio Pardinho, Alto Paredão e Linha Saraiva.
De acordo com a coordenadora do Escritório Municipal de Defesa dos Direitos da Mulher, Priscila Froemming, em Santa Cruz do Sul, a cada dia são registradas quatro ocorrências de violência junto à Delegacia de Polícia, porém a maior parte dos casos sequer chega ao conhecimento de quem poderia prestar socorro às vítimas. “Essa realidade é ainda mais forte no interior. As mulheres do campo não denunciam por vergonha ou por falta de conhecimento de seus direitos, e assim sofrem anos caladas, sem pedir socorro”, observou.
Por conta dessa triste realidade, a Ação Cidadania da Mulher levará atendimento multidisciplinar ao interior – localidades que não contam com Centros de Referência em Assistência Social – durante os três dias da programação. Um ônibus lilás, cedido pelo governo do Estado, dentro do programa Mulher, Viver sem Violência, servirá como QG para as atividades. Na unidade móvel, mulheres poderão efetuar denúncias de eventuais casos de violência e receber todo tipo de orientação. O atendimento será prestado por profissionais de psicologia, serviço social e direito.
No primeiro dia da ação, a programação terá como palco a Praça Getúlio Vargas, das 9h ao meio-dia. À tarde, das 13h30 às 17h, as atividades serão realizadas no distrito de Rio Pardinho, em frente à Academia de Saúde. Na quarta-feira, 23, das 9h às 16h, o mutirão acontecerá em Alto Paredão, em frente à Emef Felipe Becker. Já na quinta-feira, 24, no mesmo horário, será a vez de Linha Saraiva. O ônibus lilás e os estandes estarão localizados em frente à Emef Rio Branco.
Como explica Priscila, a Ação Cidadania da Mulher permitirá uma interação mais efetiva dos serviços disponíveis na rede, além de uma orientação adequada e humanizada para que as mulheres vítimas de violência possam acessar esses serviços. “É muito importante saúde, assistência social, educação e segurança pública esterem integrados para que possamos atuar com eficácia na luta contra a violência doméstica, uma realidade que perpassa as famílias, tanto da cidade como do campo, independente de classe social”, afirmou.
Dentre os serviços que estarão sendo ofertados durante os três dias da ação estão o cadastro e o recadastro no Cad-Único e Programa Bolsa Família. A Secretaria Municipal de Saúde disponibilizará testes rápidos, Cartão SUS, exames preventivos, pesagem e outros. Profissionais do Cemas Cerest, Programa de Planejamento Familiar e Umrest também estarão presentes. Haverá ainda equipes de embelezamento e técnicas de massagens.
A Brigada Militar, com a Patrulha Maria da Penha, a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, o Escritório da Mulher, o Creas e o Conselho Municipal dos Direitos da Mulher estarão divulgando seus trabalhos e prestando orientações sobre como agir em casos de violência doméstica. Já a Emater mostrará trabalhos realizados nos grupos de mulheres rurais e fará a entrega de materiais informativos referentes a atividades agrícolas. Também a Liga Feminina de Combate ao Câncer estará divulgando serviços e ensinando o autoexame.
Em meio aos estandes, profissionais das diversas entidades parceiras farão pequenas explanações sobre suas atividades, no sentido de esclarecer e orientar as mulheres para que denunciem. “Vamos reforçar o ânimo das mulheres trabalhadoras, donas de casa e mães, no sentido de se empoderarem para fazerem a queixa quando se sentirem prejudicadas por serem mulheres”, disse Priscila.
Texto: Ascom Santa Cruz do Sul