Na quinta-feira (15) o prefeito de Cruzeiro do Sul Lairton Hauschild e o vice João Dullius, receberam no gabinete o presidente do STR Marcos Hinrichsen, o vice Mauro Soares e o assessor técnico da entidade Felipe Diehl, o extensionista da Emater, Maciel Ernesto Budde e os vereadores: Adriano Schneider, Milton Weiler, Leandro Olbermann, Celso Fuhr, Jair Klein e Sergio Backes. A reunião contou ainda com a participação da assessora juridica Fernanda Goerck. Semana passada as entidades se reuniram para discutir a crise do setor, especialmente em função do baixo preço pago pelo litro de leite para os produtores. Agora foi discutida a possibilidade de se Decretar Estado de Emergência ou Calamidade Pública para chamar a atenção dos Governos Estadual e Federal para o problema. Ocorre que, segundo a assessora jurídica, não existe amparo legal para tais decretos, uma vez que o município não foi vitima de nenhum desastre. Sendo assim, ficou acordado que será elaborada uma Moção de Apoio aos produtores de leite e que passará pela apreciação da Câmara de Vereadores para tentar sensibilizar as autoridades. Paralelo a isso, o Município continua estudando formas de incentivar os agricultores e minimizar os seus prejuízos, como forma de garantir a manutenção do homem no campo e a sucessão familiar dos jovens na agricultura.
A Crise
Desde 2015, pelo menos 27,07% dos produtores de leite de Cruzeiro do Sul deixaram a atividade, conforme estudos realizados pela Emater-RS/Ascar. Segundo os levantamentos, eram 229 agricultores há dois anos, contra 167 em 2018. A desistência é provocada por perdas financeiras, ocasionadas pela queda da produção, diminuição do volume de leite exportado do Brasil e importação do alimento do Uruguai. Este tema foi motivo de encontro, realizado na sexta-feira (9), no pavilhão da Comunidade Católica São Gabriel Arcanjo, Centro do município. De acordo com o presidente da entidade, Marcos Antônio Hinrichsen, atualmente os agricultores ganham, em média, R$ 0,89 pelo litro de leite. Já o custo de produção é de R$ 1,00. A diferença no valor atinge, principalmente, quem produz menos, segundo o extensionista da Emater, Maciel Ernesto Budde. “O pequeno produtor, aquele que vende de 50 a 100 litros por dia é o que está deixando a atividade. Ele acaba indo para a cidade ou ficando sem renda”. A Emater estima que produtores nessa faixa caíram de 85 para 27 no município.
Mesmo com números significativos, Cruzeiro do Sul não é o único município com perdas. Agricultores de todo o Brasil estão sofrendo prejuízos financeiros por conta da crise. Um movimento regional tem discutido a questão. O início foi em Arroio do Meio, em 29 de janeiro, quando produtores sugeriram que fosse decretado estado de calamidade pública. Um abaixo-assinado foi assinado por todos os 312 produtores de leite no município. Resta apenas o levantamento das perdas econômicas.
As propostas são: intervenção do governo federal, financiamento de estoque e compra de 50 mil toneladas de leite; alongamento de 36 meses e desconto de 20% em empréstimos; crédito emergencial com prazo de 36 meses para o pagamento e 20% de rebate; revisão do preço mínimo de referência do leite; e ampliação das vistorias nas propriedades.
Texto: Ascom Cruzeiro do Sul