Por meio de iniciativa da Diretoria de Inovação e Sustentabilidade (Dins) da Univates e da Articulação em Agroecologia do Vale do Taquari (AAVT), composta por uma rede de entidades, entre elas a Emater/RS-Ascar, Lajeado passa a contar com a Feira Regional de Agricultores Familiares Agroecologistas, a partir da próxima quinta-feira (05). Sempre na primeira e na terceira quintas-feiras do mês, a atividade ocorre entre os prédios 03 e 07 da Univates, das 17h às 20h.
A feira oportunizará à comunidade regional e acadêmica a aquisição de produtos in natura, beneficiados e/ou industrializados, produzidos por grupos como o de Agricultores Ecologistas da Forqueta, da Organização de Controle Social (OCS) Defensores da Natureza, da OCS Orgânicos do Vale e do Grupo Ecológico Mãos da Terra. No mês de outubro poderão ser adquiridos produtos, como, pepino, morango, alface, rúcula, couve-flor, repolho, brócolis, espinafre, agrião e alho-poró, além de temperos e chás.
De acordo com o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, extensionista Lauro Bernardi, a feira pode ser considerada um sonho antigo da comunidade lajeadense, que começa a se materializar. “Esse espaço diferenciado de comercialização é fruto de um debate entre diversas parcerias, que buscam acolher a forte sinalização dos consumidores que, atentos a esse significado, percebem no alimento seguro o resguardo da saúde familiar”, comenta.
Bernardi explica ainda que a garantia da qualidade e da origem dos produtos ofertados será atestada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), de acordo com legislação vigente. “Nesse sentido, somente poderão comercializar neste espaço os agricultores orgânicos ou em fase de conversão devidamente cadastrados no Mapa e que possam comprovar tal condição”, explica. Esse “filtro” também contará com o apoio de uma Comissão de Regulamentação da Feira Regional, formada por produtores, universidade, Extensão Rural, consumidores e entidades ambientalistas da região.
Para o extensionista, o sucesso da iniciativa, capaz de constituir-se como referência na promoção da soberania e da segurança alimentar e nutricional, passa também pelos consumidores, uma vez que consumir constitui-se um ato político, que permite escolha e remuneração de acordo com escalas diferenciadas de valores. “Assim, podemos optar por produtos convencionais que vêm não se sabe de onde, ou por aqueles produzidos tomando por base os preceitos da vida, da ética de quem os cultiva e consome e ainda mediados por adequado controle social”, pondera.
Nesse sentido, o professor Marlon Dalmoro lembra o fato de a agroecologia ser um modelo de produção que possui particularidades em relação à agricultura convencional, como a produção em menor escala. “Dessa forma, os produtos agroecológicos encontram barreiras para chegar aos consumidores por meio de canais de venda tradicionais, o que torna as feiras de produtos ecológicos uma excelente opção”, comenta, ressaltando o papel da Universidade na promoção da atividade.
Texto: Ascom Emater