De acordo com Jossana, “ainda estamos sob o período de neutralidade climática como se observa na Imagem 2, com a maior parte da área do retângulo na cor branca, ou seja, anomalia próxima a zero. O retângulo mostra a região do El Niño 3.4, região que os centros internacionais utilizam para calcular o Índice Niño (índice que define eventos de El Niño e La Niña). A área marcada pelo círculo, no Oceano Atlântico Sul, mostra uma região aquecida e deslocada um pouco para Sul. Por vezes, esse aquecimento traz mais umidade na região a oeste ao aquecimento e, pode ocasionar o aumento de precipitações nessa região”.
As previsões do IRI (International Research Institute for Climate and Society, da Universidade de Columbia-EUA), que vinham apontando para a continuação do período neutro na safra 2017/2018, mudaram. Agosto começou a apresentar uma tendência de resfriamento no Oceano Pacífico, e com isso, alguns modelos começaram a avaliar a possibilidade de La Niña para a próxima safra.
“O que se tem em termos de probabilidade é: para o trimestre de set-out-nov a jan-fev-mar uma variação de 35 a 44% para neutralidade e de 54 a 62% para a La Niña, ou seja, uma condição muito próxima a do ano passado. Embora haja, nesse momento, maiores chances para a La Niña, se ela vier a ocorrer, será fraca e de curta duração. Com isso tem que se dar atenção àquela condição de águas aquecidas no Atlântico Sul, pois poderá ser o fator que desencadeará chuvas que ocorram normalmente do Rio Grande do Sul, assim como aconteceu na safra 2016/2017, diz a meteorologista.
“Devido a essa variabilidade, ressalta-se a importância de manter a limpeza e manutenção dos drenos, de reformar bueiros e pontilhões, assim como os reparos nas barragens. Manter também os reservatórios cheios. Além, de ficar atento ao sistema de irrigação no caso de cheia em rios e, principalmente, fazer o preparo antecipado do solo sempre que possível”, conclui.
Texto: Ascom RS