A agricultura familiar baseia-se essencialmente na composição familiar para o desenvolvimento de produção agropecuária em estabelecimentos rurais, com foco na promoção de renda e manutenção familiar. Dentre as atividades mais desenvolvidas, a bovinocultura leiteira esta presente em sua grande maioria, sendo a segunda mais escolhida pelas famílias.
No Rio Grande do Sul em torno de 25% da produção agropecuária é leite, destes 95% são oriundos da agricultura familiar. No Brasil, a “gauchada” contribui com 12% da produção total, sendo a terceira maior bacia leiteira do País.
A atividade leiteira se adapta bem na realidade da agricultura familiar, que em sua grande maioria detém de pouca área de terras com topografia acidentada. As raças de aptidão a produção de leite, tais como a Jersey e Holandesa, mostram-se resistentes às condições de relevo e clima, fazendo o leite uma excelente opção de produção.
O leite ganha força conforme o tempo e gera uma série de benefícios aos produtores. Com os avanços no melhoramento genético, disponibilidade de novas tecnologias na nutrição (pastagens perenes melhoradas), estruturas (diversidades de equipamentos disponíveis para a realidade de cada agricultor), os novos sistemas de produção (Compost-barn) e outros, trazem ao produtor segurança e aporte financeiro.
A integração de frangos e suínos também está presente na agricultura família. Porém, ela exige um alto investimento inicial e engessa o agricultor na tomada de decisão, visto que a integradora, fornece e gerencia todo o fluxo de produção impedindo o produtor a obter maior rentabilidade.
Todavia, a bovinocultura leiteira proporciona ao agricultor a opção de ter a produção e a rentabilidade desejada. Possibilita a detenção de toda gestão da atividade, dando aporte nas tomadas de decisões permitindo o aumento de produção, de produtividade e agregação de valor com a agroindustrialização.
É importante destacar alguns dos benefícios que essa atividade proporciona a agricultura familiar:
– liquidez do produto;
– renda mensal;
– disponibilidade de produção extensiva, semi-intensiva e intensiva;
– facilidade no acesso a assistência técnica pública ou privada.
Portanto, a relevância de uma produção de leite estabelecida na propriedade é base para promoção de renda e manutenção familiar, que fortalece a permanecia do jovem no campo e mantem a produção do alimento mais rico do mundo.
Téc. Agr. Higor Barcelos
Emater Encantado