A Secretaria da Educação (Seduc) apresentou, na quarta-feira (21), os resultados do Sistema de Avaliação do Rendimento Escolar do Rio Grande do Sul (Saers 2016). A avaliação, feita em parceria com o Centro de Políticas Públicas e Avaliação da Educação da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), foi aplicada para 151.952 alunos em dezembro de 2016. As disciplinas avaliadas foram Língua Portuguesa (Leitura e Escrita) e Matemática nas seguintes etapas de escolaridade: 2º ano do Ensino Fundamental, 6º ano do Ensino Fundamental e 1º ano do Ensino Médio.
“Esse sistema é uma retomada para sabermos onde estamos e tomar as medidas necessárias para que a qualidade do ensino na rede estadual chegue ao patamar que todos nós queremos”, afirma o secretário da Educação, Ronald Krummenauer.
A avaliação educacional em larga escala, no Rio Grande do Sul, possui uma trajetória singular. Desde 1995, com a Lei da gestão democrática 1.0576/95, o Estado conta com legislação própria sobre o tema, atribuindo à Seduc a coordenação e a avaliação de todos os estabelecimentos da rede pública de ensino. O objetivo é produzir informações sobre o sistema educacional que possam dar suporte a ações para melhoria do ensino e aprendizagem. O sistema próprio identifica potencialidades e limitações para redefinir ações e estratégias de apoio a situações de menor desempenho.
“Temos de garantir melhorias contínuas para, em quatro ou cinco anos, colocar o Rio Grande do Sul em melhores patamares de ensino”, analisa Krummenauer.
O Saers representa um importante instrumento para mensurar a eficácia das políticas públicas na rede estadual, fornecendo dados individuais do desempenho do aluno, já que outros indicadores, como o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), divulgam apenas os resultados das escolas.
Também possibilita ao governo do Estado definir novas metas para as escolas estaduais com base no desempenho alcançado em 2016. A igualdade de oportunidades educacionais é um dos pilares para a construção de uma escola democrática, inclusiva e de qualidade. É com esse olhar que professores e gestores devem analisar e se apropriar dos resultados da avaliação em larga escala, dando vida e significado pedagógico aos números, aos gráficos, aos dados estatísticos.
“Já a partir do segundo semestre, vamos implantar um projeto-piloto de gestão escolar que vai atingir entre 10 e 12 mil alunos da rede pública estadual. Isso vai nos permitir acompanhamento online do desempenho do aluno”, adianta o secretário.
Os dados não falam por si. Devem ser contextualizados, considerando vários fatores relacionados com os resultados obtidos, sendo um ponto de partida, um convite à análise e ao planejamento para promover a equidade e melhorar a qualidade do ensino ofertado.
Apropriação dos Resultados
O quadro apresenta os intervalos correspondentes na escala de proficiência para cada padrão definido para o Saers, por disciplina e etapa, e as características de desempenho dos estudantes, de acordo com cada padrão.
Percebe-se que nos anos iniciais a concentração de alunos ocorre no padrão adequado, por outro lado, nos anos finais do Ensino Fundamental e o 1º ano do Ensino Médio prevalecem os padrões abaixo do básico e básico. Nessa perspectiva, conhecer e utilizar os resultados das avaliações externas nas salas de aula significa compreendê-los não como um fim em si mesmo, mas sim como possibilidade de associá-los às transformações necessárias no sentido de fortalecer a qualidade da escola pública, que se organiza para garantir a aprendizagem de todos e todas. Assim, os educadores gaúchos receberão cursos e encontros de formação continuada, a fim de alicerçar a apropriação desses resultados e executar intervenções necessárias em sala de aula.
A Seduc tem a responsabilidade de orientar e monitorar as ações estratégicas para executar planejamentos de intervenção construídos pela coordenadoria pedagógica de cada escola.
Ações para 2017:
– Capacitação das Coordenadorias nos respectivos Polos (4)
– Curso On-line para 130 multiplicadores (CRE/Seduc)
– Curso on-line para 5.568 professores (dois por escola)
– Construção dos Planos de Intervenção com escolas, com objetivo de melhorar os índices de aprendizagem
– Monitoramento dos planos de intervenção das CREs pelo Departamento Pedagógico da SEDUC
– Avaliação dos Resultados
– Encontro das escolas para apresentação dos resultados
– Apresentação de boas práticas dos planos de intervenção.
Além disso, há que se discutir que a avaliação não pode estar isolada de políticas de ensino, políticas de formação de professores, políticas de apoio didático-pedagógico e políticas de gestão de escola. Esses são os alicerces para o avanço em direção à qualidade e à equidade em educação. “Se não melhorarmos a qualidade de ensino do aluno, estamos falhando como secretaria e até como sociedade. Nada é mais importante que isso”, finaliza o secretário.
Confira os dados:
REDE ESTADUAL – PERCENTUAL DE ALUNOS EM CADA PADRÃO:
Etapa de Escolaridade | Abaixo do Básico | Básico | Adequado | Avançado |
2º ano EF
Matemática |
até 400
8,4% |
400 a 500
29,2% |
500 a 600
45,5% |
acima de 600
17,0% |
Etapa de Escolaridade | Abaixo do Básico | Básico | Adequado | Avançado |
2º ano EF
PORTUGUÊS |
até 500
13,7% |
500 a 600
24,5% |
600 a 700
34,3% |
acima de 700 27,4% |
Etapa de Escolaridade | Abaixo do Básico | Básico | Adequado | Avançado |
6º ano EF
Matemática |
até 190
30% |
190 a 245
43% |
245 a 295
22% |
acima de 295
5% |
6º ano EF
PORTUGUÊS |
até 165
16% |
165 a 220
41% |
220 a 290
38% |
acima de 290 5% |
1º ano EM
Matemática |
até 240
45% |
240 a 315
48% |
315 a 365
7% |
acima de 365
1,0% |
1º ano EM
PORTUGUÊS |
até 210
29% |
210 a 285
52% |
285 a 335
17% |
acima de 335 2% |
Texto: Ascom RS