Que a corrupção no Brasil está institucionalizada ninguém tem mais dúvida alguma. A pergunta que todos se fazem, nas esquinas, nos bares, nas igrejas, reuniões de pais e amigos é: como se livrar desta pecha? Como fazer com que os corruptos e corruptores do poder político brasileiro se arrependam e esqueçam desse modo de agira em seus negócios?
Não é fácil, não será da noite pro dia, mas temos alguns rumos indicados em nosso horizonte. Primeiro, respeitar o direito alheio e a dignidade das pessoas, através da condenação do jeito malandro do brasileiro. Ninguém mais estaria autorizado a zombar do “mané” elogiando a gaiatice do malandro. Seria feio dar risada daquele que caiu no “conto do vigário”, que serviu de palhaço para o esperto que o enganou e tirou proveito de uma boa fé. Ou seja, resumindo, a questão cultural teria que ser revista, o brasileiro teria que começar a se indignar com pessoas que passam outras para trás, mesmo que seja de pequeno prejuízo.
Segundo, mostrando, através dessa quebra de paradigma cultural, que há muito prazer em ser correto e fazer o bem alheio. Com exemplos de altruísmo coletivo, onde as pessoas se preocupem com o desenvolvimento comunitário. Procurar sermos lideranças em trabalhos e postos que causem o bem ao maior número possível de pessoas, de preferência sem remuneração para isso. Ou seja, buscar a política como um meio e não como uma fonte.
Para ajudar, poderíamos então, melhorar a nossa gama de representantes políticos. Escolhendo pessoas que tivessem em seu histórico pessoal trabalhos voluntários e altruístas, com objetivos comuns aos das comunidades em que estão inseridos, que mostrassem vontade de desenvolver a população em que se enquadram buscando qualidade de vida e não outra qualquer forma de desenvolvimento. Políticos que soubessem de gestão pública, não somente a parte técnica, mas que se sensibilizassem com os que mais sofrem na sociedade, buscando meios de igualar as condições sociais das pessoas, mesmo que estas não sejam individualmente possíveis de se igualarem.
Por último, o país, então com bons representantes, com uma nova cultura social e moral, teria a maior facilidade no que hoje tem maior dificuldade, respeitar a lei. O respeito ao que já foi debatido e talhado pelos representantes morais e legais do povo é crucial. As regras bem estabelecidas por pessoas com credibilidade, seriam limpas, isentas e igualitárias, buscariam o equilíbrio social e teriam como único objetivo garantir direitos coletivos e individuais, respeitando os limites de todos. Afinal, leis são para isso, para garantir o contrato social entre o Estado e os indivíduos e mutuamente entre as pessoas de uma sociedade.
O desrespeito que hoje vemos com a lei, nada mais é do que a falta de tudo isso que deveríamos ter. Os nossos representantes não dão exemplo, as pessoas são egoístas e a cultura geral é a do elogio ao rico ruim e esperto em detrimento ao trabalhador pobre e honesto. Estamos do avesso, e devemos desvirar antes que não sobre nada.
Boa semana!
Fredi Camargo – Cientista Político
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