

Os apicultores estão em festa neste mês de maio e não apenas pelo Dia do Apicultor – celebrado nesta segunda-feira (22). O ano foi de fartura na colheita de mel, com excelentes produções, especialmente em locais próximos a reflorestamentos com eucalipto. O assistente técnico regional na área de apicultura e meliponicultura da Emater/RS-Ascar, engenheiro agrônomo Paulo Conrad ressalta que a produtividade normal da apicultura da região é de quinze quilos por colmeia ao ano, sendo que nesta safra muitos produtores colheram o dobro em suas caixas.
“A produção apícola está intimamente ligada à natureza, dependendo da diversidade de plantas com flores e também de abelhas, naturalmente”, salienta Conrad. De acordo com o agrônomo, neste ano a floração exuberante das plantas, em função do clima favorável para o “trabalho” das abelhas, com chuvas mais regulares e dias quentes, representou a expressão máxima desse potencial. “E uma safra satisfatória de mel comprova a relação direta entre a apicultura e a natureza, já que a busca pelo néctar e o consequente acúmulo nas colmeias só ocorre em condições favoráveis”, analisa.
Um dos produtores que têm comemorado a boa safra é o apicultor Celso dos Reis Borba, da localidade de Lajeadinho, em Paverama. Acostumado a produzir cerca de 20 quilos de mel por caixa, ao ano, Borba projeta alcançar, em alguns casos, os 40 quilos do produto, por colmeia. Assim, as cerca de 500 caixas que mantêm espalhadas por propriedades vizinhas poderão render mais de 20 toneladas do produto, que é comercializado a uma média de R$ 15 o quilo, não apenas no mercado gaúcho, mas também em outros estados, como Santa Catarina e São Paulo.
Ao lado da esposa Leani, o apicultor se dedica de maneira exclusiva à produção de mel, se tornando, de acordo com Conrad, um exemplo que mostra que este pode ser um negócio viável, capaz de gerar renda, promover a manutenção da natureza e garantir qualidade de vida para toda a família. “Muitas pessoas encaram a apicultura como uma atividade agrícola secundária, mas ela tem potencial pra ser o principal produto para muitos agricultores”, garante Conrad. “Nós estamos muito satisfeitos com a atividade, ainda mais em um ano de ‘supersafra’ como esse”, sorri Borba.
Analisando a conjuntura atual, o agrônomo da Emater/RS-Ascar garante haver muitos motivos para comemorar, neste Dia do Apicultor. “Na safra passada, que não foi tão satisfatória, muito se discutia a morte de enxames, a baixa produção de mel, entre outros temas”, recorda. “Neste ano temos o cenário inverso, com alta captura de enxames e excelentes produções”, afirma Conrad, que também integra a Associação dos Meliponicultores do Alto do Vale do Taquari (Amevat), que trabalha estratégias de fomento para a produção de abelhas sem ferrão.
Sobre o Dia do Apicultor
A data foi escolhida por ser dia de Santa Rita de Cássia, padroeira dos apicultores. A apicultura é uma atividade muito antiga, originária do Oriente, sendo a China, o México e a Argentina os maiores exportadores e a Alemanha e o Japão os maiores importadores. Os maiores produtores de mel estabelecem suas colmeias em regiões de agricultura intensiva, com produção farta em época de floradas, com o apicultor colhendo boa parte, sem causar prejuízo às abelhas. Na época cresce também a produção de pólen, cera, geleia real e própolis, que devem ser explorados de maneira racional.
Texto: Ascom Emater