Parlamentares, familiares e autoridades lotaram o saguão de entrada do Palácio Farroupilha, ao final da tarde da quarta-feira (17), durante o ato de descerramento da foto do deputado Edson Brum (PMDB) na Galeria dos ex-Presidentes da Assembleia Legislativa. O secretário da Casa Civil, Fábio Branco, representou o governador do Estado, José Ivo Sartori.
Em sua manifestação, o peemedebista destacou que, em 2015, teve a honra de presidir o Parlamento do Estado do Rio Grande do Sul. “Esta oportunidade, à qual ascendi com o apoio do meu partido e dos meus colegas de bancada, coroou o que havia vivenciado até então na minha carreira política, uma carreira iniciada na Juventude do PMDB, nascedouro do meu aprendizado”, recordou. Conforme frisou, presidir o Legislativo rio-grandense, “este Poder que, de forma exclusiva, representa o Povo Gaúcho na sua totalidade, é uma experiência única”.
Primeiro, frisou, pelo desafio que é conduzir um Poder de Estado. “Confesso que, mesmo estando no meu quarto mandato como deputado estadual, desconhecia muitos aspectos desta Casa, onde não faltam peculiaridades para que a gestão se dê de forma adequada”, acrescentou. Historiou que aquele 2015 foi um ano legislativo atribulado, marcado por desafios. Um ano em que o Rio Grande do Sul encarou o ápice de uma severa crise financeira. “Tenho certeza de fizemos a nossa parte legislando, administrando, garantindo a transparência de todas as nossas ações e a harmonia entre os poderes, sempre dispostos ao diálogo permanente”, ressaltou.
No entanto, apontou, foi um ano igualmente de tristezas: pela primeira vez, em 180 anos, o Parlamento foi impedido de trabalhar, fechado pela vontade de um grupo, “algo que não havia ocorrido nem mesmo no regime militar. Foi um episódio que lamentamos”, disse. Porém, observou, foi um episódio “do qual saímos maiores. Também pela primeira vez, tivemos de cassar um deputado e dar início ao processo de cassação de um segundo parlamentar que, no ano seguinte, também perderia seu mandato”, registrou Edson Brum.
Num momento em que a sociedade exigia cada vez mais transparência, “tivemos que escolher, em muitas situações, entre caminhos difíceis. O certo é que, seja nas questões administrativas ou na esfera política, trabalhamos sempre em colegiado. Daí a necessidade de agradecer aos demais 54 parlamentares que compõem este Parlamento, aos meus companheiros da Mesa Diretora e, em especial, ao meu vice-presidente, deputado Ronaldo Santini”, citou Brum.
O ex-presidente também falou da grave situação das finanças. “Consciente das dificuldades enfrentadas pelo poder público, nossas ações foram traçadas com o rigor das economias de guerra. Neste terreno, fizemos a nossa parte, economizando R$ 85 milhões e extinguimos 140 cargos de funções gratificadas, entre outras ações necessárias”, contou, lembrando a doação de R$ 1,5 milhão à Defesa Civil. “Igualmente criamos a Procuradoria da Mulher e fomos reconhecidos como instituição Amiga do Livro”. Para Edson Brum, mais que solidários, “fomos protagonistas nos esforços do Executivo pela superação da crise”.
Observou, ainda, que foi trazida ao Parlamento a discussão de grandes temas como, por exemplo, a Reforma Política, o Agronegócio e a Dependência Química. Por fim, enfatizou que, da mesma forma como acontece em todas áreas “das nossas vidas, também nesta Casa ninguém conquista nada sozinho. Só se constrói somando. Agora, olhando para esta galeria de gaúchos que antes de mim presidiram o nosso Parlamento, o que me vem, mais uma vez, é aquela palavra simples, que deveria estar mais presente no nosso cotidiano: gratidão.
Ao encerrar, voltou a externar sua gratidão à família, à equipe de gabinete, aos colegas de bancada, aos companheiros do PMDB e ao corpo funcional da Assembleia. “Democrata por formação e convicção, agradeço também aos meus adversários políticos pela honradez que marcou os embates de 2015”, concluiu.
Na sua manifestação, o presidente da Casa, deputado Edegar Pretto (PT), disse que o deputado Edson Brum, por certo, estava sentindo-se feliz naquele momento, “coroado na Galeria dos ex-Presidentes do Parlamento gaúcho, lugar com as fotos de homens e mulheres importantes da política nacional e do Rio Grande do Sul”.
Relatou que é questionado a todo instante se vale à pena todo o sacrifício que é ser chefe de um Poder, o Legislativo. “Respondo sempre que sim. Espero chegar ao final da minha gestão, assim como Vossa Excelência, orgulhoso por presidir uma Casa tão plural, com 16 bancadas, que tem diversidade política, com homens e mulheres muito posicionados ideologicamente. É, sim, uma honra presidir uma casa que é referência para outros Estados do País pelas boas iniciativas que a Assembleia tem”, agregou.
Citou os sacrifícios dos mandatos, como estar longe da família, destacando, no entanto, “que todo este sacrifício é feito com prazer, porque temos a oportunidade de defender causas e projetos. E como é bom, colegas deputados, conviver com um parlamentar com o perfil do deputado Edson Brum, um homem sempre com posições ideológicas muito claras. Por isso, é bom ser seu adversário político, porque sabemos, sempre, seus posicionamentos e nunca joga, na política, com cartas na manga”, sublinhou Pretto.
Segundo o presidente da Assembleia, a história, por certo, “registrará suas realizações e, por certo, o deputado Edson Brum ainda dará muito orgulho a este Estado, ao seu partido, à sua família e, igualmente, aos seus adversários políticos”, apontou.
Presenças
Igualmente prestigiaram o evento, o representante do Tribunal de Justiça, Francisco José Moesch; o subprocurador-geral de Justiça, César Luís Faccioli; o defensor público-geral, Cristiano Heerdt; o ex-governador Pedro Simon; o procurador-geral do Estado, Euzébio Ruschel; o secretário estadual de Agricultura, Ernani Polo; prefeitos, vereadores, dirigentes e representantes de entidades; diretores e funcionários da Assembleia.
Também estavam presentes, a esposa do deputado Brum, Aline Severo, os filhos Matheus e João Felipe, os pais Vílson e Ana Edith, e irmãos.
Texto: Ascom AL