Seis famílias de produtores – três de Lajeado, duas de Cruzeiro do Sul e uma de Forquetinha – se articulam, desde o início do ano, para a formação de uma Organização de Controle Social (OCS), que receberá o nome de Orgânicos do Vale. O objetivo da constituição da Organização, de acordo com a engenheira agrônoma da Emater/RS-Ascar, Andréia Binz Tonin, é estimular os agricultores para a produção de alimentos orgânicos, certificando-os e dando visibilidade a seus cultivos.
“Atualmente os produtos livres de agroquímicos são cada vez mais procurados pelo consumidor e esta será uma forma de atestar e dar confiabilidade àquilo que o público compra”, ressalta Andréia.
Nesse sentido, de acordo com Andréia, para que a OCS tenha credibilidade e seja reconhecida pela sociedade, é fundamental que entre os participantes exista uma relação de comprometimento e confiança. “E os participantes, nesse caso, são os produtores, os consumidores e os técnicos que prestam assessoramento”, observa a agrônoma, lembrando que a orientação e a troca de informações deve ser permanente entre seus integrantes. “Assim, a OCS deve ser ativa e ter seu próprio controle, garantindo o direito de visita a consumidores e a órgãos fiscalizadores ás unidades de produção”, salienta Andréia.
Para que o grupo tenha pleno entendimento sobre o que é de fato uma OCS e quais as adequações necessárias em cada propriedade para que o grupo possa trabalhar de forma homogênea, a Emater/RS-Ascar tem prestado Assistência Técnica permanente. Com o apoio do assistente técnico regional da Emater/RS-Ascar na área de Sistema de Produção Vegetal, Lauro Bernardi, as seis famílias recebem capacitações em temas como legislação e manejo orgânico, entre outras. “Além disso, são realizadas visitas às propriedades com todo o grupo com vistas a estabelecer as melhorias necessárias em cada local”, enfatiza Bernardi.
Andréia explica que o processo de consolidação de uma OCS pode levar cerca de um ano, o que envolve também o cadastramento das organizações nas Superintendências Federais de Agricultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). “Esta também é uma forma de proteger o consumidor e garantir o acesso facilitado às OCS”, explica Andréia. “Os agricultores estarão comercializando produtos livres de agroquímicos, mas sem um selo que lhe ateste a condição de orgânico”, complementa. “Nesse caso a inscrição da OCS funciona como uma espécie de ‘selo’”, afirma.
Para Leandro Lange, um dos primeiros agricultores de Lajeado a investir em produtos orgânicos, a consolidação da OCS será uma forma de dar uma visibilidade “diferenciada” para seus produtos, que são comercializados diretamente na propriedade – no bairro Conventos – ou na Feira Municipal. “Esse é um nicho de mercado que tem crescido junto com a ideia da importância de investir em uma alimentação saudável”, garante Lange. “Nós temos a certeza de que o consumidor não se importa de pagar um pouco mais por um produto, se ele souber que ele é limpo, que beneficia o meio ambiente e faz bem a saúde”, ressalta.
Texto: Ascom Emater