Lutar faz parte da história da humanidade. Além de proporcionar um bom condicionamento físico e noções de defesa pessoal, as artes marciais contribuem para o controle emocional, podendo até substituir ou auxiliar no desenvolvimento de algumas terapias. Outros benefícios são o aumento da flexibilidade e da agilidade, sem contar que uma hora de aula, dependendo da disposição de cada aluno, pode queimar muitas calorias.
A capoeira é uma das modalidades de artes marciais. Para aperfeiçoar os ensinamentos, nos dias 05, 06 e 07 de maio, o Grupo Oxóssi Encantado e a Academia Artes Livres promovem mais um Seminário de Capoeira. As atividades serão ministradas pelo Mestre Rudson, que ensinará novas técnicas de capoeira, aulas de acrobacias e rodas. No dia 05, as atividades serão realizadas na academia para os alunos da Artes Livres e no sábado, dia 06, será aberto para integrantes de outros grupos de capoeira da Região. Além disso, se o tempo colaborar as atividades do sábado serão realizadas no caminhódromo.
O Mestre Rudson é baiano e teve o seu primeiro contato com a capoeira aos 04 anos, através de seu pai. Aos 17 anos foi convidado para participar do grupo Terra Samba, com quem passou a viajar para realizar performances de capoeira durante os shows. Seu objetivo é tornar a capoeira conhecida e cada vez mais praticada pelas pessoas. Atualmente o Mestre Rudson coordena a matriz do Grupo Topázio, localizada na Ladeira de Santana, em Salvador.
Os ensinamentos aprendidos durante as aulas de artes marciais vão muito além do tatame. Além de melhorar a
qualidade de vida, ajudam a encarar a violência como algo que pode ser combatido, e não como uma arma a ser usada. “Quem luta não briga. Lutar não tem nada a ver com brigar”, ressalta o professor Felipe Olsefer, que é professor de muay thai. Ele é formado em educação física e desde os 12 anos faz karatê, e também já treinou boxe. “Sempre gostei de lutas e ensinar é inspirador. Me sinto bem e tenho prazer em fazer isso. Já dei aulas em várias cidades até que o Vinicius pediu para que eu o treinasse e assim iniciamos as atividades em Encantado”, destaca o professor.
Vinicius Teixeira e seu irmão Wagner são os primeiros mestres de capoeira de Encantado. Vinicius pratica jiu Jitsu há 10 anos e há quatro conquistou a faixa preta, através dos mestres Uanderson Brito e Rolker Gracie, que é um dos filhos de Hélio Gracie, responsável pela difusão do Jiu Jitsu no Brasil. Teixeira já participou de vários campeonatos de Jiu Jitsu, MMA e Muai Thay sendo vitorioso na maioria deles. No cartel tem quatro vitórias e uma derrota. No jiu jitsu ainda participa de campeonatos.
“É minha vida. As artes marciais trabalham o autocontrole, a autoestima e o respeito. Qualquer pessoa pode participar. Melhora o rendimento não só como atleta, mas como pessoa. É uma terapia! Vários casos de depressão e insegurança, foram restabelecidos através das aulas. Temos alunos de 5 até quase 60 anos e os treinos são organizados conforme a faixa etária. Muitos pais acompanham os filhos na academia e com isso entendem a importância das artes marciais”, explica Teixeira.
O caminho da superação
A procura pelas artes marciais pode ter várias motivações, que vão desde a busca por melhor condicionamento físico, até a defesa pessoal. Mariano Delazeri é exemplo disso. Ele está disputando várias competições de Jiu Jitsu, Submission e MMA.
“Treino na Artes Livres desde março do ano passado. Fui introduzido nas Artes Marciais no Taekwondo, quando tinha 12 anos, para autodefesa, pois haviam alguns maus elementos, que costumavam agir covardemente com os menores. Nos últimos cinco anos, foi para enfrentar a obesidade e problemas de saúde relacionados a ela. Cheguei a pesar quase 96 kg e minha meta era perder peso. Desde 2011, me dediquei ao aprendizado do Boxe, Kick Boxing e um pouco mais recentemente, ao Muay Thai e Jiu Jitsu, que hoje são as artes que pratico efetivamente”.
Apaixonado pela atividade, Delazeri, ressalta que a dedicação é fundamental para alcançar os objetivos. “A Arte Marcial é um caminho sem volta, ou você odeia ou se apaixona, e essa segunda opção foi meu caso. Imbuído em melhorar minha qualidade de vida, a dedicação diária me fez acima de tudo, amar o que eu praticava, e chegar nos dias de hoje, vivendo a filosofia das artes marciais, podendo competir com 61kg, tendo uma saúde de qualidade e atitudes renovadas”.
Outro exemplo de superação é o lutador Roger Cabral, que iniciou fazendo Taekwondo aos 13 anos e aos 19 anos Muay Thai, na academia Artes Livres. “Hoje treino MMA, praticando tanto muay thai quanto jiu jitsu. No momento luto MMA profissional e já participei de cinco lutas de MMA em diferentes eventos no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. Comecei a fazer muay thai para perder peso e melhorar a qualidade de vida. Além de ser uma arte que sempre me identifiquei”.
Texto: Portal Região dos Vales