O extensionismo teve origem nos Estados Unidos quando havia muitas áreas de terras apropriadas para a agricultura e que podiam ser adquiridas a preços baixos, mas não havia mão de obra preparada para as atividades agropecuárias de forma a gerar produtividade e lucro. No Brasil a extensão rural teve início na década de 20, em Minas Gerais. No Rio Grande do Sul a atividade extensionista iniciou em 1955 com a fundação da Associação Sulina de Crédito e Extensão Rural – ASCAR.
Naquela ocasião, a extensão rural era desenvolvida por um homem, técnico em Ciências Agrárias, e uma mulher, Agente Extensionista, que atuava em assuntos referentes à Economia Doméstica. Os técnicos trabalhavam as questões voltadas para o aumento da produtividade das lavouras, criações e conservação do solo e as Agentes de Economia Doméstica exerciam as atividades denominadas de Bem Estar Social, desenvolvendo práticas nas áreas de administração do lar, alimentação, saúde, educação, habitação, recreação e organização de grupos e comunidades com capacitação e formação de lideranças.
A atuação da ASCAR junto às mulheres rurais, em organizações como clubes de mães, senhoras trabalhadoras, entre outros, serviram de embrião para o envolvimento das mulheres em outros movimentos sociais, como sindicatos de trabalhadores rurais, pastorais, associações e cooperativas.
A partir dos anos 90, além das atividades que já vinham sendo desenvolvidas pelas agentes de Bem Estar Social, houve a inserção de outras, mais voltadas para a geração de renda, como agroindústria, artesanato e turismo rural. Neste período também tiveram ênfase as ações voltadas para as questões ambientais no meio rural, com estímulo à utilização de tecnologias menos agressivas ao meio ambiente e ações de saneamento básico.
Neste momento, as ações sociais foram importantes para o movimento de valorização do resgate dos conhecimentos tradicionais, da cultura, da produção e das criações, além do resgate de sementes, do uso de plantas medicinais, condimentares e aromáticas, dos costumes locais, do artesanato com matérias-primas rurais, da recreação e do lazer comunitários.
Atualmente, além dos agricultores familiares a extensão atende públicos diferenciados como indígenas, pescadores artesanais e profissionais, quilombolas, assentados e grupos sociais com demandas específicas, como idosos, jovens, crianças, escolares, pessoas com deficiência, famílias em vulnerabilidade social e dependentes químicos. Hoje, as mulheres rurais também se colocam de forma distinta da tradicional, deixando de ser participantes subordinadas nas unidades familiares para conquistar autonomia pessoal e profissional.
O desenvolvimento rural contempla aspectos que vão além da tecnologia, da produção e dos mercados. A extensão rural se dá em campo amplo, a partir das necessidades que a sociedade apresenta considerando a sustentabilidade econômica, social, ambiental e cultural e desta forma as ações sociais da Emater/RS-Ascar vêm conquistando reconhecimento do público que assiste e das instituições públicas e privadas com as quais mantêm convênio.
Este breve relato da história da atividade social na extensão rural foi feito a partir do Marco Referencial Para as Ações Sociais da Emater/RS-Ascar. Para mais informações sobre tema convidamos para visitarem o escritório municipal de Encantado, situado junto ao a prefeitura municipal.
Andreza Girelli – Tecnóloga em Agroindústrias