Os avanços do Rio Grande do Sul nas políticas públicas para a agroecologia e a produção orgânica foram apresentados em Brasília durante o último encontro do ano da Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Cnapo). O diretor de Agricultura Familiar e Agroindústria da Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), Dionatan Tavares, esteve em Brasília e detalhou a construção do Rio Grande Agroecológico – Plano Estadual de Agroecologia e de Produção Orgânica (Pleapo/RS), lançado em março de 2016. O encontro reuniu representantes de 15 órgãos governamentais da esfera federal e da sociedade civil.
No encontro da Cnapo, os representantes dos Estados se comprometeram a trabalhar para garantir mais avanços para a agroecologia e a produção orgânica em 2017. Também foi feito balanço dos objetivos e dos desafios para a continuidade de ações que podem aumentar a oferta de produtos mais saudáveis à população, com menor impacto ao ambiente. Apesar dos ajustes orçamentários provocados pelo atual momento econômico, representantes da sociedade e do governo entendem que o compromisso com a Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Planapo) foi mantido em 2016 e que as demonstrações de cada lado apontam para mais avanços em 2017.
“O grande objetivo do governo brasileiro é construir uma produção mais sustentável e um futuro melhor que gere resultados para as pessoas”, disse o subsecretário de Agricultura Familiar da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead), Everton Ferreira. “O trabalho conjunto de vários órgãos mostra que estamos dispostos a construir um caminho, alternativas e projetos dentro de uma agricultura mais limpa, mais saudável”, concluiu.
Em sua passagem por Brasília, o diretor da SDR ainda entregou uma cópia do Rio Grande Agroecológico ao deputado federal Heitor Schuch, presidente da Frente Parlamentar da Agricultura Familiar. “Pretendemos que o Congresso tenha mais informações para fomentar a política de agrocecologia e produção orgânica nas demais unidades da Federação, envolvendo os poderes Legislativo e Executivo”, disse Tavares. O assessor Angelito Cassol também participou do encontro.
O Rio Grande Agroecológico foi construído por um comitê gestor formado por cerca de 40 instituições, entre secretarias de Estado, governo federal, universidades e organizações não governamentais (ONGs). Coordenado pela SDR, o plano conta com ações e metas para promover a produção e o consumo de alimentos saudáveis, o uso e a conservação da agrobiodiversidade, a oferta de assistência técnica e extensão rural e social e o ensino e a pesquisa de base ecológica, de maneira transversal.
Ações práticas do Rio Grande Agroecológico
8.387 projetos produtivos e de apoio à comercialização de alimentos orgânicos financiados;
1.112 encontros de capacitação de agricultores e técnicos em agroecologia;
29 editais de apoio à produção agroecológica e assistência técnica e extensão rural e social (Aters);
38.340 famílias atendidas com Aters em agroecologia;
347 projetos de pesquisa e extensão em agricultura de base ecológica;
110 publicações técnicas e de divulgação para fomento da agroecologia;
8 Bancos Ativos de Germoplasma (BAGs) revitalizados e mantidos;
96 eventos de trocas de sementes crioulas e mudas;
132 feiras e eventos para a promoção e comercialização de alimentos orgânicos;
3.676 amostras de alimentos e água monitoradas quanto à presença de agrotóxicos.
Texto: Ascom RS