A colheita do trigo nas regiões produtoras do Rio Grande do Sul já atinge 5% da área. A cultura apresenta produtividade superior a 3,0 t/ha, mas muitos produtores estão preocupados com as recentes chuvas, muitas vezes intensas, que podem comprometer a qualidade do grão. De acordo com o Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar, em alguns municípios das Missões, como Santa Rosa, Santo Cristo, Tuparendi, Três de Maio e Doutor Maurício Cardoso, já ocorreu comunicação para a obtenção do Proagro (seguro). Se as chuvas continuarem, é bem provável que ocorra o mesmo em outros municípios. Por enquanto, 70% dos grãos de trigo estão na fase de enchimento e 15% na fase de maturação.
No milho, aumenta a constatação de redução no stand de plantas e desenvolvimento desuniforme das lavouras. Houve atraso na aplicação de nitrogênio em cobertura e possíveis perdas desse nutriente pelo excesso de chuvas nos últimos dias. Na Região das Missões, a implantação das lavouras está concluída, com a maioria das áreas em desenvolvimento vegetativo e iniciando o pendoamento. Já no estado, o plantio atinge 70% do total previsto para este ano. A partir de agora, o ritmo da semeadura do milho deverá ser mais lento, devendo ser finalizado até o fim de dezembro, pois os produtores começam a dar preferência à soja, cujo plantio pouco evoluiu, devido às chuvas que ocorreram a partir do fim de semana. Com isso estima-se que o percentual não ultrapasse 1%.
Arroz
Os produtores seguiram com o plantio pelo menos até o sábado (15), quando o retorno das chuvas paralisou o serviço. Com isso estima-se que 55% já tenham sido concluídos. A retomada dos trabalhos dependerá do fim da chuva, uma vez que, devido à intensidade e aos volumes registrados, causou inundação de áreas próximas a rios e arroios. É provável que algumas áreas devam ser replantadas, bem como refeitas as taipas devido à força da água. A preocupação dos orizicultores é a previsão de mais chuva para a próxima semana, o que provocaria nova interrupção do plantio.
Batata
Os produtores beneficiados pelo programa de sementes fiscalizadas da variedade Rosa Maçã já realizaram o plantio dos tubérculos nas regiões da Produção e Nordeste. As lavouras apresentam boa brotação. Com previsão de manter a mesma área do ano anterior, a produção é destinada ao consumo familiar.
Ameixa
Na Serra, a intensidade e o alto número de horas de frio se refletem numa brotação uniforme e em elevado número de flores e o pegamento está sendo excepcional. Assim, a principal prática cultural realizada nesse momento, o raleio de frutas, vem exigindo muita dedicação e trabalho. O tempo requerido nessa operação tem postergado a entrada em alguns pomares, retardando o raleio no ponto adequado das frutas. A sanidade das plantas vem se mantendo bastante boa. Pomares com frutificação já raleados já recebem adubação nitrogenada de cobertura, para engrossamento das frutas e elongação dos brotos.
Maracujá
Nas áreas de produção dos municípios de Morrinhos do Sul, Três Cachoeiras, Mampituba, Dom Pedro de Alcântara e Torres, os produtores de maracujá amarelo azedo estão ampliando a área de plantio para a safra 2016/2017. Em Torres deverá chegar a 120 hectares. Os pomares estão em desenvolvimento vegetativo e os agricultores familiares manejam o cultivo.
Forrageiras e criações
O retorno da chuva foi positivo para as pastagens e os produtores aproveitaram a boa umidade do solo para implantar as anuais de verão, como sorgo e aveia, que estão na fase de emergência. Nas localidades afetadas pelo granizo, ocorreu o acamamento de áreas de aveia e azevém destinadas à colheita de sementes. Estão sendo semeadas áreas de milho silagem e está sendo realizada a adubação de cobertura (nitrogênio).
Com a melhora das condições de produção dos campos nativos e pastagens e consequentemente de leite, a preocupação é com a possível inundação de áreas mais baixas e com a grande incidência de raios, que sempre aumenta o risco de perdas de animais no campo. Em algumas regiões, os produtores que utilizaram as pastagens cultivadas de inverno, como azevém, trevos e cornichão, conseguiram manter o estado corporal dos animais e evitar queda na produção.
Alguns produtores que estão utilizando o sistema de piqueteamento nas pastagens têm conseguido um melhor aproveitamento das forrageiras.
Piscicultura e pesca artesanal
Na região de Erechim, a semana foi quente e de boa precipitação pluviométrica, proporcionando o retorno do fitoplâncton aos tanques e o crescimento dos peixes. Os produtores reservam alevinos e planejam o repovoamento dos tanques. O peixe vivo está sendo comercializado em feiras entre R$ 8,00 e R$ 14,00/kg.
Texto: Ascom Estado