
Colocar a mão na terra, manusear sementes e mudas de hortaliças, aprender sobre o processo de germinação e desenvolver valores relacionados às questões ambientais se tornaram rotina para os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Ipiranga. Além de conciliar teoria e prática, os produtos cultivados sem agrotóxicos com a ajuda dos alunos enriquecem a merenda escolar.
O projeto Horta na Escola tem como professora a gestora ambiental Deise Luciana Daniel. As atividades envolvem toda a comunidade escolar e, além dos benefícios alimentares, têm sido uma forma de aprendizado saudável e criativa. A professora destaca que a educação ambiental está sendo bem aceita pelos alunos. “Na horta, eles aprendem o cultivo de alimentos que eles mesmos plantam, colhem e consomem, participando ativamente do processo educativo”. Para ela, aliar os ensinamentos em sala de aula à prática auxilia no desenvolvimento dos estudantes. “Passamos a teoria e depois os alunos podem vivenciar na prática. Isso tem feito com que o rendimento deles melhore. Eles também estão aprendendo a preservar a natureza e a se alimentar melhor”, falou.
O projeto envolve 90 alunos do 6º ao 9º ano nos dois turnos da escola. São duas aulas semanais de 45 a 50 minutos por turma. Além do plantio de raízes e verduras, os envolvidos aprendem conteúdos como controle de pragas, composteira, minhocário, desperdício de alimentos, uso de agrotóxicos, compostos orgânicos, exposição ao sol, biomassa e épocas do ano para cada plantio. A área onde fica a horta está localizada nos fundos da escola.
Alunos se tornam multiplicadores
Através das atividades na horta, os alunos se tornaram multiplicadores na comunidade onde moram. “Eles levam para casa o que aprendem e as famílias interagem neste processo de mudança de comportamento com meio ambiente. Os pais e a comunidade auxiliam no fornecimento da adubação”, expôs a professora.
A estudante do 6º ano, Dienifer Klesener, 11 anos, está a um mês na Ipiranga. Antes, morava em Lajeado e frequentava um educandário no município. Ela define a iniciativa como “inovadora”. “Antes não tinha aula desse tipo. É muito legal poder mexer na terra, trabalhar com o meio ambiente”, afirma.
Texto: Ascom Colinas