A 10ª Reunião Técnica Estadual sobre Plantas Bioativas, evento que reuniu cerca de 600 pessoas, em Passo Fundo, avaliou os avanços da Política Intersetorial de Plantas Medicinais e de Medicamentos Fitoterápicos desde sua promulgação em 2006 e identificou as soluções para as dificuldades que vem sendo enfrentadas para o avanço da produção e comercialização no estado. Participaram do encontro, encerrado na quarta-feira (24), técnicos do Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Paraná, Paraíba, São Paulo, Santa Catarina, Pará e Paraguai.
A Secretaria do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR), por meio do Rio Grande Agroeocológico – Plano Estadual de Agroecologia e Produção Orgânica (Pleapo/RS), desenvolve uma série de ações para apoiar os sistemas produtivos de plantas medicinais. O plano prevê apoio à produção e ao beneficiamento de plantas medicinais e estabelece que a assistência técnica prestada pela Emater, conveniada da SDR, também seja desenvolvida de forma específica, tanto para a transição agroecológica dos sistemas de cultivo de plantas medicinais quanto na inserção da produção de plantas medicinais destinadas ao manejo agroecológico da propriedade.
Durante três dias da reunião, houve palestras, oficinas e exposições, entre outras atividades destinadas aos participantes. Para 2017, o município de Erechim colocou-se à disposição e foi aceito para sediar a 11ª edição.
Entre os assuntos abordados, as potencialidades da cadeia produtiva das plantas medicinais foi apresentado pelo engenheiro agrônomo e consultor do projeto de Arranjo Produtivo Local de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do RS, Walmir Gamboa Schinoff. O tema da produção à comercialização – desafios da cadeia produtiva foi discutido pela engenheira agrônoma da SDR Agda Regina Yatsuda Ikuta.
Agda falou sobre as diferenças entre chás considerados alimentos ou medicinais, produtos e medicamentos fitoterápicos, além dos desafios da produção e comercialização de plantas bioativas. Ressaltou, também, as políticas públicas relacionadas ao tema, dentre elas o Rio Grande Agroecológico, que prevê, entre suas ações, apoiar anualmente reuniões técnica estaduais sobre plantas bioativas, além de fornecer assistência técnica, extensão rural e social específicas por meio de convênio com a Emater.
Entre os desafios, a engenheira agrônoma salientou a necessidade de existir um programa estadual de plantas medicinais e fitoterápicos como uma política pública de Estado de forma intersetorial, propiciando a participação da sociedade civil na sua elaboração e monitoramento: “É extremamente importante retomar uma comissão intersetorial de plantas medicinais, contemplando a participação da sociedade civil para apoiar a construção de um programa estadual de plantas medicinais que não existe hoje”, destacou a agrônoma da SDR, exemplificando um dos principais desafios.
Texto: Ascom Estado