Muito se fala em nova política, gestão moderna e respeito com as pessoas. Contudo, ainda existem em rincões eleitorais pessoas que se deixam seduzir pela velha prática da promessa de grandes feitos sem nem ao menos questionar o passado desse tipo de candidato. Hoje, com a informação mais facilitada e com uma mentalidade de uma geração que busca o maior entendimento e um questionamento ao homem público essa prática de persuasão tende a mudar.
Não há mais espaço para a oratória surrada do homem que tudo vai fazer. As pessoas já estão cientes de que há uma diferença entre o discurso eleitoral consistente e a simples promessa. Contudo, ainda existe uma parcela da população que crê piamente no canto da sereia que seduz de forma inteligente o eleitor desinformado e essa parcela de eleitorado muitas vezes confunde o próprio candidato, que ilusoriamente acha que está agradando com suas práticas mas no fim está caindo em uma cilada administrativa, a não ser que sua perspectiva seja somente a busca de poder, o que não é raro em quem tem esse tipo de atitude.
Hoje, com a população brasileira calejada de falsas promessas, o discurso terá que ser acompanhado de amostras concretas de que há a possibilidade de serem realizadas as promessas feitas. A legislação eleitoral exige, desde 2012, que o candidato registre seu plano de governo exatamente para que a população, que acreditou nesses projetos e ideias, elegendo o gestor público teoricamente baseada em suas ideias, tenha o poder de cobrá-lo.
Por essa causa que a parcela de culpa de termos ainda políticos que se utilizam de discurso populista, também recaia em parte do eleitorado. As pessoas precisam de esclarecimento para poderem discernir entre a promessa de execuções babilônicas que possam apresentar alguns candidatos e os planos conscientes e realistas que outros possam apresentar. Eu particularmente busco sempre essa comparação pois sei que atrás do canto da sereia do populismo se esconde na realidade o político irresponsável que só quer mesmo é assumir o poder. É como se fosse um golpe do bilhete premiado, que todos sabemos, sempre esconde o engodo. O que, neste caso específico, se chama estelionato eleitoral.
Boa semana!
Fredi Camargo – Cientista Político
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