A pouco mais de duas semanas para o início da 39ª Expointer, as agroindústrias que estarão na 18ª Feira da Agricultura Familiar intensificam os preparativos para levar produtos como queijos, pães, cucas, geleias, biscoitos e salames. Neste ano serão 227 expositores – 17% estreantes -, entre produtos, artesanato, plantas e flores, além de quatro cozinhas.
A família Meurer, que vive na Linha Campestre Baixo, distante 8 quilômetros do centro de Salvador do Sul, espera repetir os números da edição passada. Em 2015, foram vendidos 1.350 cucas, 600 pães e 600 pacotes de biscoitos. A produção começou com a matriarca, Líria, em 1989, e hoje inclui o trabalho das filhas Paula, Patrícia e Beatriz. O pão de milho, feito em forno de barro, é o carro-chefe da comercialização. Segundo Líria, o segredo do sucesso na Expointer é que pães e cucas sempre chegam fresquinhos, feitos ainda na madrugada. Os biscoitos pintados são produzidos poucos dias antes de a feira ser aberta.
Paula destaca a receptividade obtida a cada ano e o retorno dos clientes, que guardam o adesivo da marca Koloniebackhaus (‘De volta à casa da colônia’) para saborear os produtos. “A feira é uma família com quem convivemos. É também o espaço para divulgar os produtos e o nosso município”, disse, ressaltando ser esta a oitava participação no Pavilhão da Agricultura Familiar. Antes da Expointer, os sabores da Koloniebackhaus serão apresentados na 10ª AgriMinas – Feira da Agricultura Familiar, em Belo Horizonte.
Oportunidade para novos mercados
Primeira agroindústria habilitada ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar, Artesanal e de Pequeno Porte (Susaf), em 2013, a Herbon Alimentos, que fica em Linha Bonita Alta, em São José do Sul, aumenta em pelo menos 100 quilos a produção diária de linguiça para a Expointer. No estande também são ofertados itens como copa, salame, lombo defumado e torresmo.
De acordo com uma das proprietárias, Aline Gauer, além das vendas, há oportunidade de buscar novos mercados para os embutidos dentro do Rio Grande do Sul. A produção mobiliza até 12 pessoas – a maioria da família -, e o abate é diário. “A família se uniu, todo mundo queria trabalhar, ter seu negócio, e foi indo. Hoje está todo mundo feliz aqui, fazendo linguiça, salsichão, copa”, disse Laci Maria Gauer, mãe de Aline, que acompanha a produção.
Orgânicos em destaque
Um dos espaços de maior visitação durante a Expointer, a Feira da Agricultura Familiar ocorre desde 1999. A estrutura que abriga os estandes foi construída em 2004. Em 2015, foram R$ 2,2 milhões em negócios, valor recorde e incremento de 12,6% em relação ao alcançado em 2014. Para este ano, a expectativa é de que as vendas cresçam ao menos 5%. “É um espaço importante, porque proporciona às agroindústrias familiares o contato direto com compradores, abrindo mercados e aproximação com o consumidor”, destacou o secretário do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcisio Minetto.
Conforme o diretor de Agricultura Familiar e Agroindústria da SDR, Dionatan Tavares, uma das novidades para este ano é a chamada ilha de orgânicos. No local, 16 expositores vão expor itens como sucos, chás, temperos, mel, rapaduras e cachaças com certificação. Os produtores vêm de municípios como Candelária, Maquiné, Picada Café, Novo Hamburgo e Antônio Prado. Sucesso de vendas e de público, o Pavilhão da Agricultura Familiar terá 15% de expositores com produtos orgânicos.
Texto: Ascom Estado