Um grupo de agricultores dos municípios de Imigrante e Colinas esteve reunido na terça-feira (02), na propriedade dos produtores Lauro e Elda Rabaioli, de Linha Harmonia Alta, Imigrante, para uma tarde de campo sobre cultivo de hortaliças. Organizado pela Emater/RS-Ascar, em parceria com a Secretaria de Agricultura, o encontro dá continuidade às ações que têm sido desenvolvidas durante o ano como parte do Projeto Socioassistencial e que visam a qualificar a produção, promover a inclusão social e produtiva, garantir a fertilidade do solo e incentivar o grupo para a adoção de um cultivo mais limpo e saudável.
De acordo com a técnica em Agropecuária da Emater/RS-Ascar, Cristiane Dexheimer, a ideia de desenvolver ações do tipo para produtores de hortaliças surgiu com o aumento da demanda regional, especialmente por meio do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). “É claro que o apoio para cultivos mais naturais também tem a ver com a saúde de quem produz e de quem consome”, salienta. Não à toa, o próximo encontro, já marcado, será uma visita técnica à propriedade da família Stefanoski, de Cerro Grande do Sul, onde será conhecido o cultivo orgânico consolidado e a comercialização.
Dividida em três etapas a tarde de campo contou com palestra sobre fertilidade do solo — com retorno de laudos técnicos elaborados —, ressaltando a importância do manejo adequado de nutrientes para manutenção da capacidade produtiva. Após, foi realizada prática sobre elaboração de fermento crioulo e de inseticidas e repelentes para controles naturais. Por fim, foram apresentadas receitas diversas, com o uso dos cultivos produzidos na propriedade. As atividades foram ministradas pelos extensionistas da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi, Marcos Schäfer e Nair Kunzler Massotti, respectivamente.
Para o anfitrião do dia, o cultivo de repolho, brócolis, couve-flor, alface, beterraba e rabanete, entre outros, tomando por base os princípios da agroecologia, é uma realidade há cerca de um ano. “Foi o nosso filho, Gilnei, um dos grandes incentivadores”, ressalta Elda. Antes, o casal de agricultores se dedicava exclusivamente à produção de milho e à avicultura. Além do apoio do filho, a mudança de matriz produtiva também teve a ver com a demanda do mercado. “Mesmo com dois hectares de área e cerca de 12 mil pés plantados a cada duas semanas, não dou conta de atender a demanda pelos produtos”, observa Lauro.
O cultivo mais limpo — com o uso de caldas e adubos naturais, além de cobertura verde faz com que o casal comercialize seus produtos não apenas para as escolas e mercados, mas também para consumidores fixos, por meio da feira municipal, que já sabem da qualidade das hortaliças entregues por Lauro e Elda. “Só em brócolis a gente vende cerca de 250 unidades por semana”, comemora. A produção só não é ampliada pela escassez de mão-de-obra. “Mas, de maneira geral, podemos dizer que estamos contentes em nossa atividade e muito felizes por receber outros agricultores em nossa propriedade”, afirma. “É uma ótima oportunidade para a troca de conhecimentos”, completa.
Texto: Ascom Emater