Um grupo de agricultores que integra o Lote 19 da Chamada Pública do Leite — operacionalizada pela Emater/RS-Ascar por meio de convênio com o Ministério de Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) — participou na quinta-feira (28), na granja do Colégio Teutônia, de uma tarde de campo sobre primeiros socorros para bovinos de leite. A sugestão de tema, de acordo com o assistente técnico regional em Sistema de Produção Animal da Emater/RS-Ascar, veterinário Martin Schmachtenberg, partiu dos próprios agricultores, por meio de reuniões prévias.
Schmachtenberg, que ministrou a capacitação, ressaltou a importância do trabalho de prevenção de doenças, como forma de garantir a manutenção da sanidade dos bovinos. “A intenção não foi ‘formar’ especialistas na área e sim repassar noções em relação aos cuidados com doenças como leptospirose, raiva e mamite, que possam auxiliar os produtores em suas rotinas”, salienta. Temas relacionados à segurança do produtor na hora de lidar com os animais e esquemas de vacinação também foram abordados pelo veterinário.
Em seu terceiro ano de execução, a Chamada Pública do Leite atende a 500 famílias, de 41 municípios dos vales do Caí, Taquari e Serra Gaúcha, com o objetivo de promover o aumento da produtividade, da renda e da qualidade de vida, especialmente para os agricultores que trabalham com uma litragem mais baixa. “Assim, desde 2014, estão sendo realizados diversos cursos, capacitações, seminários, palestras e dias de campo sobre temas variados, como higiene na hora da ordenha, criação correta da terneira e produção de silagem de qualidade”, observa Schmachtenberg.
Para o agricultor Daniel Luiz Lopes, da localidade de Linha Harmonia, as informações repassadas por meio das atividades da Chamada têm contribuído para o fortalecimento do trabalho no campo. “Quando iniciei, há cinco anos, tinha cinco animais e, por conta da falta de informação, cheguei a perder parte do rebanho”, recorda. Hoje, as oito vacas em lactação recebem alimentação e higiene adequadas, o que garante uma produtividade diária de 18 litros de leite por dia, por animal. “Os cuidados com a genética também foram importantes nesse processo”, lembra.
Feliz com a atividade, Lopes diz não sentir saudade da época em que trabalhava na cidade, como entregador. A intenção do jovem é, ao lado da esposa e da filha de apenas três anos, ampliar o rebanho. “Penso que possamos chegar a 25 vacas em lactação”, analisa. O bom momento, com o aumento do preço pago ao produtor — atualmente ele recebe R$ 1,60 por litro —, já o faz projetar a ampliação da infraestrutura, com a construção de um novo galpão e de uma sala de ordenha. “Nessas horas conta muito a qualidade de vida e, poder estar perto da família não deixa de ser um bom combustível”, completa.
Texto: Ascom Emater