

A apreensão de droga comprada pela internet, em sites do exterior, pelas autoridades brasileiras mais que dobrou nos últimos anos. O total de drogas flagradas, incluindo cocaína e narcóticos sintéticos, somou 684 quilos – um aumento de 64% em relação aos 416 kg apreendidos em 2013. De acordo com os dados fornecidos pela Lei de Acesso à Informação, só em 2015, a Receita Federal localizou 2.359 sementes de maconha, o que representa uma elevação de 143% em relação a apreensão de 970 unidades feita em 2013. Dente outras drogas, a elevação foi de 416 quilos para 684.
O ranking dos narcóticos enviados ao Brasil pelo correio é liderado pela cocaína. Em 2015, os 651 kg do pó apreendidos corresponderam a 95% dos flagrantes. Em 2013, a participação era um pouco maior: 97%, ou seja, 406 dos 417 kg apreendidos no total. Pelos dados, a queda de 2% no volume da cocaína apreendida reflete o aumento de flagrante das demais drogas. No caso do grupo que reúne anfetaminas, metanfetaminas e ecstasy, as apreensões saltaram de 30 gramas para 6,5 quilos no intervalo de dois anos.
Para evitar contato com a polícia e traficantes, o público busca por páginas instaladas em países onde a venda de sementes é permitida, apresentam sites com conteúdo totalmente em português e estimativas de preços em reais. Os compradores relatam também a utilização de aplicativos de troca de mensagens, como WhatsApp, Telegram e Facebook, para acertar as transações.
Recomendação
Um dos sites mais populares do Reino Unido apresenta diversas opções com preços variados. A plataforma alerta os usuários para eventuais riscos na aquisição: “Recomendamos que você verifique a legislação de seu país para confirmar se você pode comprar legalmente os produtos que vendemos. Todos os produtos vendidos no site são legais para venda no Reino Unido e na Europa”. Mas, oferece a opção de envio secreto.
Para o Ministério Público Federal, a compra de entorpecentes pela internet pode ser enquadrada no crime de tráfico.
Texto: Agência CNM, com informações Estadão