Na última semana foi realizada a Jornada do Sorvete 2016. O evento despertou os participantes para a inovação na fabricação de sorvetes e as adequações necessárias no rótulo das embalagens. As atividades foram realizadas em Lajeado e registraram a presença de 250 sorveteiros, a maioria gaúchos, além de empresários de outros estados da Região Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. “Foi um grande evento e que chamou atenção pelo interesse dos associados em se inteirar dos assuntos propostos”, avaliou o presidente da Agagel, Daniel Greve.
Para o especialista em sorvetes, Aldo Baccarin, a inovação por ingredientes, processo, equipamentos e embalagens é o que mantém vivo o mercado de sorvetes. Engenheiro químico com intensa atuação no ramo, ele observou que os sabores tradicionais mantêm os volumes, como é o caso de chocolate, creme e morango. Mas destacou o potencial para novos sorvetes a partir da combinação de ingredientes e aditivos. Citou o aproveitamento de fibras, como milho e laranja, proteína da soja, açúcares animais (mel) e frutas tipo graviola. “A partir daí temos grandes oportunidades para grupos de consumo voltados a sorvetes super saudáveis, esportistas, crianças e terceira idade”.
Na palestra da engenheira de alimentos do Senai, Alessandra de Cesaro Dehnhardt, o enfoque foram as embalagens. O rótulo deve conter as informações obrigatórias previstas na legislação federal, que são as advertências sobre a presença de glúten e dos alimentos alergênicos. Ela apontou aspectos da rotulagem geral e da nutricional, e advertiu para as situações que a própria legislação aponta par anão fazer, como usar qualquer expressão que induza o consumidor ao erro. “É preciso que os empresários se inteirem da legislação e possam ajustar seus processos”, afirmou, lembrando resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que entrou em vigor no último dia 3, obrigando as indústrias a informarem nos rótulos dos alimentos sobre a presença de ingredientes que podem provocar alergia. Alessandra ainda comentou a respeito da lei sancionada nesta semana e que determina que os rótulos de alimentos informem sobre a presença de lactose.
Participantes
A Jornada do Sorvete está em sua 17ºª edição e atrai não só quem já está no mercado. Dirci Ledur, de Chapada (RS), quer trocar sua empresa de confecção por uma fábrica artesanal de sorvetes. E, para isso, participa pelo segundo ano do evento, além de acompanhar cursos e missões técnicas, como recentemente para a Fispal, em São Paulo. “Estamos conhecendo o mercado e buscando informações há mais ou menos dois anos e meio. Acredito que o negócio vai dar certo”. Para a sorveteira Edriana Klein, de Nova Palma (RS), a participação é muito válida. “As palestras foram muito proveitosas. O assunto da sucessão familiar encaixou como uma luva na minha empresa”, destacou. O negócio familiar tem 30 funcionários, está na segunda geração e já se preparando para dar sequência com os filhos.
Expositor assíduo da Jornada do Sorvete, a Duas Rodas vê na feira um grande potencial para expor suas novidades para os fabricantes. “O mercado caminha para produtos premium e nós trabalhamos para oferecer estas soluções para os clientes”, salientou o gerente comercial Adilson Dias. Ele enalteceu a Agagel pela realização da Jornada. “É uma das entidades mais organizadas do país e que mais dá oportunidades para sorveteiros se qualificarem e ficarem afinados com os fornecedores”. A etapa negocial teve a participação de 31 fornecedores de máquinas e matérias-primas e transcorreu também nos dois dias.
Texto: Portal Região dos Vales/Ascom Jornada do Sorvete