O cenário da sala de aula é diferenciado. No lugar da lousa, um televisor; no lugar de professores, técnicos e profissionais da área do Setor de Gado Leiteiro; e a sala de aula, uma estrutura montada a partir de uma camionete furgão. Essa é a Escola do Leite da Dália Alimentos, cujo projeto, desde 2013, percorre as propriedades rurais com a finalidade de levar conhecimento e informação aos associados que produzem leite para a Dália Alimentos.
Em execução na região de Arroio do Meio, o projeto reúne produtores de leite associados à cooperativa nos municípios de Arroio do Meio, Capitão, Travesseiro, Cruzeiro do Sul, Santa Clara do Sul, Mato Leitão, Venâncio Aires e Lajeado. O segundo, de um total de dez módulos, encontra-se em andamento na região desde o mês de abril. Na terça-feira, dia 10 de maio, recebeu a estrutura da escola a propriedade de Rene Lansing, em Linha Morro Leão, no interior do município de Arroio do Meio.
A estrutura foi montada junto ao free stall, oportunidade em que a turma pode “estudar” lado a lado de vacas confinadas, unindo teoria à prática num ambiente original. O módulo “Qualidade do Leite e Manejo de Ordenha” foi abordado pela técnica em agropecuária Bruna Nardi. Ela explicou os passos para a obtenção de um leite de qualidade, enfocando as condições das instalações, dos equipamentos, o manejo no momento da ordenha, a higiene e limpeza para bons resultados na atividade; além das condições adequadas para alojamento dos animais. “A qualidade está nos detalhes, nos cuidados diários, fator determinante para os consumidores.”
De acordo com o supervisor do Setor de Gado Leiteiro da Dália Alimentos, Fernando Oliveira de Araújo, a participação dos associados nas aulas tem sido muito importante. “Há sempre muita interação, pois o produtor trás as experiências do seu cotidiano na produção de leite para a aula e compartilha com outros produtores e com os técnicos. As aulas deixam de ser palestras e tornam-se uma grande troca de experiências.”
Terceiro módulo
O terceiro módulo da Escola do Leite tratará sobre “Controle de Mastites”, também proferido pela técnica Bruna, e ocorrerá no mês de junho. Atenção para o data e local das aulas: dia 7 na propriedade de Celso de Potter, em Picada Felipe, Travesseiro; dia 8 na propriedade de Ricardo Felipe Nied, em Vila Storck, Forquetinha; dia 14 na propriedade de Carlos Berwanger, em Forqueta, Arroio do Meio; dia 15 na propriedade de Alceu Burghardt, em Linha Mato Leitão, em Mato Leitão; dia 21 na propriedade de Daniel Heisler, em Picada Sampaio, Cruzeiro do Sul; e no dia 22 na propriedade de Darci Malmann, em Linha Bom Fim, em Cruzeiro do Sul.
Superação
O perfil da propriedade que recebeu a Escola do Leite neste segundo módulo é semelhante à maior parte das que fazem parte da Dália Alimentos, sendo constituída por pequenos produtores que atuam com leite e suínos como principais atividades fontes de renda.
No caso da família Lansing, um episódio ocorrido em abril do ano passado poderia ter desmotivado Rene, a esposa Teresinha (51) e o filho Diego (29) a abandonarem a atividade leiteira. Acometido pela tuberculose bovina, todo rebanho precisou ser descartado. Foram 55 animais perdidos com o surto da doença que infestou a propriedade. Na época, segundo Diego, um choque para a família que recém havia investido R$ 140 mil na construção de um novo free stall. “Estávamos com um excelente plantel e hoje certamente produziríamos em torno de mil litros de leite por dia. Não foi fácil reiniciar, mas sempre tivemos fé e força de vontade para seguir em frente e recomeçar do zero.”
Após quatro meses de vazio sanitário, em agosto de 2015, a atividade leiteira foi retomada. “Adquirimos duas vacas, depois algumas novilhas e assim fomos aumentando o rebanho, pouco a pouco. Não foi nada fácil, mas sabíamos que nosso desejo era continuar. Neste período até cheguei a trabalhar como servente de pedreiro, para incrementar a renda aqui de casa, mas sempre soube que meu lugar era aqui, no interior e não na cidade”, conta Diego.
Hoje eles se reerguem gradativamente. Com a produção de 350 litros de leite por dia, 22 vacas em lactação e um rebanho total de 37 animais, a família reestrutura a atividade, implanta melhorias na sala de ordenha e sempre busca pela qualificação. Diego, que também é delegado da Dália Alimentos, conta que está engajado no novo projeto da cooperativa, que é o frango de corte, do qual pretende participar da associação que será estruturada.
A propriedade possui 14,5 hectares, sendo que destes somente oito são aproveitáveis e, destes, quatro destinados à pastagem. Além de leite, a família atua com suínos na modalidade terminação com 500 cabeças alojadas.
Texto: Assessoria de Imprensa da Dália Alimentos