O transtorno do jogo, ou ludopatia, é um transtorno mental caracterizado por um comportamento problemático persistente e recorrente relacionado a jogos de apostas. O transtorno pode causar prejuízo ou sofrimento significativo. E, com o aumento do acesso a jogos de on-line, surgem preocupações que vão além das consequências financeiras.
Diante do contexto, uma equipe de especialistas em dependências comportamentais, prevenção e tratamento, desenvolveu três cartilhas de orientação voltadas a pessoas que apostam, a familiares e a profissionais da saúde.
A iniciativa é uma colaboração entre a Univates, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs) e a Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead).
O lançamento do material educativo ocorreu no Congresso Internacional da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas, no Rio de Janeiro. A apresentação contou com a participação dos professores Alexandre Kieslich da Silva e Luiza Lucas, da Univates.
As cartilhas apresentam o tema sob diferentes aspectos, com estatísticas, informações, fatores de risco e prevenção, em linguagem adequada para cada um dos públicos.
Conforme Silva, a informação de qualidade salva vidas, e essas publicações também reforçam a relevância da produção científica e social da Univates no cenário nacional. Os materiais estão disponíveis para download gratuito.
Sobre os materiais
Para quem aposta
- Definir limites claros de tempo e dinheiro antes de começar a jogar.
- Evitar usar cartões de crédito ou empréstimos para apostar.
- Não apostar para recuperar perdas (“dar o troco no azar” é um gatilho de risco).
- Separar o dinheiro das apostas das despesas essenciais (aluguel, alimentação, contas).
- Não misturar álcool ou drogas com apostas, pois isso prejudica a tomada de decisão.
- Buscar outras formas de lazer e prazer, equilibrando o jogo com atividades sociais, culturais e físicas.
Para familiares
- Manter diálogo aberto, sem julgamentos.
- Evitar assumir dívidas ou responsabilidades financeiras da pessoa que aposta.
- Incentivar atividades alternativas em família, fortalecendo vínculos fora do ambiente de apostas.
- Cuidar da própria saúde mental.
Profissionais da saúde
- Incluir perguntas sobre hábitos de jogo nas consultas.
- Oferecer informações baseadas em evidências sobre riscos e estratégias de redução de danos.
- Identificar sinais precoces de uso problemático, como prejuízos financeiros, sintomas de ansiedade, depressão ou isolamento social.
- Orientar sobre limites seguros de apostas e estratégias de autocontrole.