Ação do projeto “Vem pra Cá”, da Univates, promoveu vivência cultural com chimarrão, música e oficinas
Durante a Semana Farroupilha, imigrantes de diversas nacionalidades que vivem em Lajeado tiveram a oportunidade de conhecer de perto a cultura gaúcha por meio de uma atividade promovida pelo projeto “Vem pra Cá”, da Universidade do Vale do Taquari (Univates). A ação aconteceu nesta terça-feira, 16, como parte das aulas de português oferecidas semanalmente pelo projeto.
A turma, composta atualmente por 37 participantes de países como Haiti, Bangladesh, Cuba, China, Taiwan e Senegal, participou de uma oficina especial ministrada pelo CTG Bento Gonçalves, onde conheceram costumes típicos do tradicionalismo gaúcho, como o chimarrão, o café de cambona e o bolinho borracha, comidas históricas dos tropeiros.
Patrícia Cristina Rambo, integrante do CTG e parceira da iniciativa, destacou a importância do intercâmbio cultural. “É fundamental que eles conheçam a nossa tradição. O tradicionalismo é isso: levar adiante os nossos costumes. A receptividade e o interesse deles nos emocionam. A hospitalidade vem em primeiro lugar. Depois, o conhecimento.”


Entre os participantes, a haitiana Rolnide Valeris, 28 anos, que vive há um ano e meio em Lajeado, celebrou a experiência. “Estamos muito felizes por poder estar aqui, provar as coisas de gaúcho. Conhecemos brinquedos antigos, comidas típicas, as vestimentas. No Haiti também temos nossas tradições. Apesar da saudade, quando alguém nos acolhe como irmão, a gente se sente em casa.”
Projeto de extensão
Desde sua criação, em 2014, o projeto “Vem pra Cá” já atendeu mais de 800 imigrantes, atuando como um espaço de acolhimento, aprendizado e valorização das diferenças culturais. Para Maristela Juchum, coordenadora do projeto, o ensino da língua portuguesa vai além da gramática: “é sobre garantir voz, pertencimento e dignidade a quem escolheu viver aqui.”
O “Vem pra Cá” é voltado ao ensino de português como língua adicional para imigrantes e refugiados, promovendo o aprendizado por meio de temas relevantes à realidade dos participantes. As aulas são gratuitas, ocorrem nas terças-feiras pela manhã, com duração de duas horas, no auditório da Secretaria Municipal da Saúde.
“Trabalhamos numa concepção multicultural, acreditamos que não há uma cultura melhor do que a outra, há diferentes culturas, e é importante que elas estejam sempre em diálogo”, explica Maristela. “Ao mesmo tempo em que ensinamos sobre a cultura do Rio Grande do Sul, os imigrantes compartilham também suas próprias tradições. É uma forma rica de ensinar e aprender o português.”