A Lei Aldir Blanc, criada pelo Governo Federal para atenuar os efeitos econômicos e sociais da pandemia de Covid-19 para agentes e entidades culturais, contemplou o município de Lajeado com o valor de R$ 589.735,12. Desde setembro de 2020, a Prefeitura de Lajeado, por meio da Secretaria de Cultura, Esporte e Lazer (SECEL), vem repassando esses recursos por meio de editais e subsídios aos espaços culturais.
Além dos R$ 484 mil reais que o município já repassou em recursos emergenciais por meio de 7 editais e subsídios, outros R$ 420 mil foram repassados ao setor cultural pelo Edital Ações Culturais das Comunidades da Lei Aldir Blanc, um edital do Governo do Estado, por meio da Secretaria da Cultura (Sedac), em parceria com a Associação de Desenvolvimento Social do Norte do RS (ADSNRS), Central Única das Favelas (Cufa) de Frederico Westphalen e Cufa RS. Ao todo, já foram beneficiados 224 agentes e entidades culturais.
O edital mais recente foi lançado em outubro deste ano com os recursos remanescentes da Lei Aldir Blanc buscando atender 52 propostas de atividades artístico-culturais. Dos 31 inscritos, 26 foram habilitados com propostas que integram os setoriais de Artes Cênicas (teatro dança e circo), Artesanato (pintura, gravura, escultura, cerâmica e afins), Artes Plásticas, Arte Visual e Audiovisual (fotografia, artes gráficas e artes de intervenção urbana), Música (bandas, orquestras, corais e músicos), Patrimônio Histórico, Cultural e Natural e Tradicionalismo Gaúcho.
Os projetos habilitados integrarão a programação especial do II Festival Artístico Cultural de Lajeado, que está previsto para ocorrer entre os dias 29 e 30 de janeiro de 2022, em alusão ao aniversário do município de Lajeado, comemorado no dia 26/01.
O projeto de Maria Leonice de Oliveira, intitulado de “Bento e tradição: um galpão de porteiras abertas para a inclusão”, está entre os 26 aprovados. O objetivo do projeto é motivar pessoas portadoras de deficiências para a descoberta e o desenvolvimento de seus potenciais artísticos. O projeto promoverá oficinas de declamação, canto e instrumentos musicais.
– Fiquei muito feliz em ter sido contemplada. A minha proposta foi de pensar que no meio tradicionalista, dentro do galpão, há lugar para todas as pessoas, independentemente de credo, cor, gênero e se a pessoa é portadora de deficiência ou não. Para mim, enquanto pessoa, acabo realizando algo em que eu acredito. Espero que a execução seja boa. Estou bem feliz da forma que será apresentada, em espaço público, que mostra que eles podem ocupar o lugar que quiserem – contou a professora aposentada.
Já o músico Vicente Luis Breyer foi contemplado em três diferentes editais, sendo dois como pessoa física e outro como pessoa jurídica.
– Com os meus projetos consegui atingir diretamente e indiretamente cerca de 15 ou mais profissionais que foram afetados pelo encerramento dos eventos. A Lei Aldir Blanc veio com esse propósito: a de distribuição de renda para artistas que mais precisavam – pontuou Vicente. O secretário Carlos Reckziegel ressalta que trabalharam com o apoio do Conselho Municipal de Política Cultural para fazer com que este recurso chegasse aos trabalhadores da cultura.
– Estou muito feliz, pois é praticamente um milhão de reais que com grande esforço conseguimos fazer chegar a essas pessoas merecedoras e que precisavam – disse Carlos.