Estrada era uma das que estava sendo utilizada para desvio do fluxo da BR-386, mas o intenso movimento e o desrespeito às regras exigiram providências. Outros trechos também podem sofrer bloqueios
O acidente com o caminhão-tanque na BR-386, no sábado (13), segue causando consequências aos estrelenses, outros moradores do Vale do Taquari e pessoas que estão de passagem pela região. O tráfego intenso dos últimos dias nas estradas municipais que estavam sendo utilizadas por motoristas em razão do bloqueio da rodovia federal; o desrespeito a algumas orientações por parte de motoristas; acidentes; falta de apoio técnico por parte da concessionária que administra a BR-386 e a chuva forte da última madrugada levaram o município de Estrela a tomar medidas mais drásticas. Uma delas foi o bloqueio temporário de uma das vias. A ação visa evitar mais danos, prejuízos e outras tragédias. A Administração Municipal recebeu equipe do Exército, que visitou trechos e avaliou as condições das pontes. CCR Via Sul esteve presente. Construção de uma nova ponte, provisória ou que sirva de base para uma futura pré-moldada definitiva, é avaliada.
Antes da liberação de uma das pistas da BR-386 nesta terça-feira (16), praticamente todo o fluxo normal da rodovia, calculado em 30 mil veículos/dia, estava utilizando as estradas municipais de Estrela. Foram mais de três dias onde as consequências do movimento intenso não demoraram a aparecer. A ponte de madeira/ferro que liga o Bairro Boa União à Linha São José, recentemente reformada, apresentou sinais de desgaste. Projetada para receber um veículo por vez, e apenas leves, tinha nos horários de maior pico até quatro carros em seu vão e passagem de até 7,5 mil veículos/dia, número muito superior ao qual foi projetada. Nesta madrugada, um veículo pesado, mesmo sem ser permitido fazer seu uso, não respeitou a sinalização, inclusive física que impõe limites de altura. Insistiu na passagem, depredou a sinalização e seguiu viagem. No momento, passa apenas um veículo por vez.
Bloqueio
Não foi a única ponte que sofreu danos. A de madeira, também localizada na Linha São José – no trecho que liga a RS-129 à Rota do Sol (RS-453) pela Tangará – teve parte de suas laterais arrancadas por um caminhão mais largo do que a estrutura, sendo que a passagem de veículos pesados não era permitida. Na manhã desta quarta-feira (17) dois caminhões ficaram atolados no trecho. A via foi bloqueada pelo Departamento de Trânsito da Secretaria Municipal de Infraestrutura Urbana do município, com auxílio da Secretaria da Agricultura. Outro rota municipal que está sendo utilizada para desvio do fluxo da rodovia federal, este sim permitindo o fluxo de veículos pesados, é o que passa pela Linha Geraldo, no interior do município. Poeira e buracos, apesar das intervenções emergenciais da pasta municipal, agravaram a situação do trecho, que em muitos momentos apresentou congestionamentos. A chuva das últimas horas também causou atoleiros. A Administração Municipal não descarta seu bloqueio parcial, apesar de novas ações realizadas ao longo do dia, como a colocação de brita no trecho, buscam evitar tal medida.
Para o secretário da pasta, Edson Diehl, o que se procura acima de tudo é evitar outra tragédia. “Estas vias de nosso município não foram projetadas para receber movimento tão intenso. Em janeiro reformamos a ponte de madeira que faz a ligação do Bairro Boa União à Linha São José, e mesmo em um cenário bem mais tranquilo já encaminhamos projeto ao Daer para a construção de uma nova, duas vias, de concreto. Imagine a necessidade disso em um contexto bem mais complexo e grave como o de agora”, destaca. Veículos pesados e caminhões não estavam também obedecendo a orientação de funcionários e placas, forçando a passagem por vias destinadas apenas para veículos leves, ou mesmo a passagem de mais de um veículo por vez nas pontes. “A questão do fluxo e as chuvas das últimas horas também causaram muitos danos nestes trechos. Isso sem ainda contabilizarmos os prejuízos aos moradores locais e ao Executivo Municipal, tanto nas ações já realizadas como na posterior recuperação desses trechos, e todo o esforço humano que estamos tendo com nossas equipes quase que em tempo integral”, diz. Somos obrigados a interditar estas passagens antes que nosso prejuízo seja maior ou ocorra outra tragédia”, frisa o secretário.
Prefeitos e senador
O Prefeito em Exercício, João Schäfer, realizou videoconferência com os prefeitos de Colinas, Sandro Herrmann; Germano Stevens, de Imigrante; e um representante de Roca Sales, municípios que também sofrem os impactos do desvio deste trânsito, para a tomada de medidas conjuntas. O senador Luís Carlos Heinze, que está atento à causa, inclusive da construção de uma novas pontes na região, também participou. Na pauta, medidas conjuntas que poderão ser tomadas, pois é unânime a posição de que um caos está instalado. Dnit e Daer serão acionados. Municípios poderão decretar Estado de Emergência.
Exército
Na parte da manhã, Schäfer acompanhou a visita e a vistoria da equipe do Exército Gaúcho – Comando Militar do Sul, especializada na avaliação e construção de pontes, às estruturas do município nestes trechos. Um relatório será feito e encaminhado pelos oficiais aos comandantes superiores em Cachoeira do Sul. Mas segundo laudo inicial, a ponte de madeira sobre o Arroio Boa Vista, no Bairro Boa União, não deveria ser mais utilizada no atual fluxo. E segundo estimativas, o valor orçado médio para trazer os materiais para a construção da ponte provisória, que permitirá a passagem de veículos pesados, ficam em torno de R$ 80 mil; e os custos para construção, manutenção e acompanhamento diário por parte das equipes no local em torno de R$ 50 mil/mês. A Secretaria de Infraestrutura também realizou reunião com a Associação Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que busca uma aproximação à CCR/Via Sul.
Ascom Estrela