Primaz não tinha experiência com produção de pepinos em grande escala. Na propriedade localizada na sede do município, cultivava hortaliças e algumas frutas para o consumo da família – entre eles a esposa Janete Primaz, sua parceira também na “lida no campo”. Num bate-papo com a extensionista da Emater/RS-Ascar Graziela Petry soube da forte de demanda pelo produto em agroindústrias da região. “E o fato de ter garantia de colocação no mercado foi um incentivo a mais, mesmo para quem não estava familiarizado no manejo do vegetal”, recorda Graziela.
Como não poderia deixar de ser, o começo meio do “zero” trouxe alguns obstáculos que, aos poucos, foram superados. “Não demorou para que eu descobrisse que o pepino é uma cultura muito suscetível a doenças como míldio, leandria e outras”, lembra Primaz. O que exigiu uma atenção maior após a implantação da primeira estufa, com 1.500 pés. Apoiado pela Emater/RS-Ascar e por técnicos da Agroindústria Janaína, de Mato Leitão – que absorve quase a totalidade da produção -, o agricultor também se tornou um autodidata, buscando informações em vídeos do Youtube e em outros tutoriais na internet.
Foi assim que Primaz soube um dos segredos da produção de pepinos neste modelo: o da importância dos tratamentos preventivos, muito mais relevantes que os curativos. O que envolve desde a atenção com a higiene do substrato, a execução correta das podas, a irrigação adequada e a aplicação correta de caldas e outros produtos – naturais ou não. Foi dessa forma que o agricultor chegou a colher, neste ano, mais de 14 toneladas do fruto entre a safra e a safrinha. Para o ano que se inicia, o objetivo é uma colheita parecida, a despeito das dificuldades relacionadas ao clima.
Atualmente com duas estufas e cerca de três mil pés implantados, Primaz é um dos doze produtores de pepinos em conserva de Canudos do Vale, que mantêm, juntos, 21 estufas. Os incentivos dados pela Prefeitura Municipal – que repassa recursos para a construção do ambiente protegido -, aliados aos esforços da Emater/RS-Ascar, que apoia desde o projeto técnico da obra, passando pelo manejo até a colheita, tem estimulado os agricultores a investirem mais. “Para o ano que vem deverão ser cinco novas estufas implantadas, com demanda garantida”, celebra Graziela.
Animado com a produção – o agricultor recebe cerca de R$ 3 por quilo de pepino -, Primaz não pensa em parar tão cedo. Não â toa, tem investido em melhorias nas estufas, que vão desde a aplicação de caldas naturais – caso do uso do extrato pirolenhoso -, até novas ideias que possam aumentar a produtividade, como o plantio mais “espaçado”, sando dos 30 centímetros atuais, para os 40. “Não é por acaso que esta é uma unidade de referência para o nosso município”, finaliza a extensionista. A Emater/RS-Ascar atua vinculada à Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) do Governo do Estado.
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald