

A economia nacional enfrenta dificuldades para se manter em um patamar confortável para novos investimentos. Os mais diversos setores ligados à produção industrial, comercial e de serviços, aguardam novo momento de normalidade, pós pandemia, o que se apresenta com indefinição e sem uma perspectiva à vista.
Sem a retomada destes importantes setores, com novos investimentos, geração de vagas de empregos, renda e tributos, não há perspectivas de solução às graves consequências sentidas por toda a população. O maior impacto está sendo sentido pelas pessoas de baixa renda. As manchetes dos jornais dão conta de que a economia do Rio Grande do Sul perdeu 123 mil empregos formais em três meses de pandemia. Com menos poder aquisitivo e menos consumo de bens e serviços a consequência é menos arrecadação de tributos em todos os níveis de governo. É notório, porém, que a mais forte repercussão fica com os municípios, pois sofrem redução acentuada em seus orçamentos e, em contrapartida, são diretamente cobrados pela população para atendimento das mais diversas e crescentes demandas.
Este frustrante e preocupante quadro só não é pior pela performance da agricultura, que está em franca expansão, com emprego de alta tecnologia, atingindo médias de produtividade e produção equiparadas às melhores do mundo. Está sendo garantido o abastecimento interno e com expressivo excedente exportável.
Conforme dados divulgados recentemente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), nos últimos 12 meses o Brasil chegou a uma produção de 250,5 milhões de toneladas de grãos, com um aumento de 3,5 %, sobre o período anterior. Este volume seria muito mais significativo não fossem as perdas do RS com a estiagem, tão expressivas a ponto de alguns setores se aproximarem de 50% do previsto.
A pecuária nacional igualmente, está experimentando um incremento importante na produção de carnes, chegando a 28 milhões de toneladas, 4 % a mais do que o mesmo período anterior, garantindo assim o abastecimento interno e a entrada de alto volume de divisas pelas exportações dos excedentes.
Como vimos, o setor primário, além de injetar riquezas na economia, é grande gerador de empregos, não só nas áreas de produção, mas também no meios urbano, com a fabricação de insumos, máquinas, veículos, equipamentos e tudo mais, aplicado nas modernas produções. Somam-se ainda as agroindústrias de processamento, em sua quase totalidade situadas nas áreas urbanas. É importante que, enquanto a grande maioria das atividades enfrenta retração e falta de perspectivas pela crise, o franco desenvolvimento do agro no Brasil seja comemorado como superação e um grande desafio dos envolvidos, especialmente dos produtores.
Foto: arquivo/Prefeitura de Estrela
José Adão Braun
Secretário da Agricultura de Estrela