Comitiva gaúcha esteve em Brasília e apresentou documento com principais apreensões de produtores rurais
Comissões técnica e política do Rio Grande do Sul estiveram no dia 26 de fevereiro em Brasília para manifestar preocupação com a sustentabilidade da cadeia produtiva do leite em se considerando novas regras para produção e padrão de qualidade da matéria-prima a partir das Instruções Normativas 76 e 77. As novas orientações estão previstas para entrar em vigor no final do mês de maio e início de junho.


O grupo esteve reunido com a ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina. Conforme o presidente da Cooperativa Languiru, Dirceu Bayer, que integrou a comitiva gaúcha na Capital Federal, a ministra se mostrou solícita às reivindicações. “Uma de nossas sugestões é que as novas orientações sejam implantadas gradualmente. Hoje, se as Normativas entrarem em vigor como estão, cerca de 50% dos produtores de leite do Estado estarão desenquadrados e, inevitavelmente, deixarão a atividade, ocasionando um grave problema social e econômico”, alertou.
A partir das sugestões apresentadas, o tema deve ser levado para discussão na Câmara Setorial do Leite, em Brasília. “A própria ministra reconheceu as dificuldades para o produtor rural e, até em virtude dessa realidade, deverá ouvir os técnicos do governo e demais entidades ligadas à cadeia produtiva para encontrar a melhor solução. No entanto, ficou claro que as novas medidas relacionadas à produção e qualidade do leite serão implementadas”, acrescentou Bayer.
A pauta da audiência ainda tratou de cotas de importação de leite em pó e da inconstância da política relativa ao antidumping e tarifas sobre essa importação. Relatório encaminhado pelo Instituto Gaúcho do Leite (IGL) a respeito da reunião destaca que questões relacionadas ao antidumping estão sendo resolvidas e que, por questões estratégicas, aguardam oficialização do Ministério; tratativas no que se refere à criação de cotas e equilíbrio na importação do Mercosul estão em andamento, avançadas com relação à Argentina e relativamente mais difíceis com o Uruguai; seguem os trabalhos para a compra governamental de leite, assim como as tratativas para retomada do subsídio para energia elétrica rural.
O encontro em Brasília contou com a participação de representantes de entidades ligadas ao setor, como IGL, Sindilat, Famurs, Fetag e Apil, entre outros, além dos deputados federais Afonso Hamm, Alceu Moreira, Dionilso Marcon e Heitor Schuch.
Assessoria de Imprensa da Languiru
TEXTO – Leandro Augusto Hamester