Esses movimentos, de certo modo, estão representados nos cinco grupos de tendências que foram elencados no Brasil Food Trends 2020. São eles: 1. Sensorialidade e Prazer: alimentos premium, étnicos, gourmet etc.; 2. Saudabilidade e Bem-estar: produtos light/diet, energéticos, fortificados etc.; 3. Conveniência e Praticidade: pratos prontos, produtos para micro-ondas etc.; 4. Confiabilidade e Qualidade: garantia de origem, selos de qualidade etc.; 5. Sustentabilidade e Ética: embalagens recicláveis, selos ambientais etc.
Em certo ponto, a busca parece ser contraditória pois, ao mesmo tempo que busca saudabilidade e sensorialidade (sim, elas podem perfeitamente andar juntas) o consumidor preza por conveniência/praticidade e sustentabilidade/transparência. Certamente, encontrar o equilíbrio desse tripé é um dos grandes desafios para quem produz alimentos. Porções pequenas, para dois ou individuais, elaboradas com ingredientes naturais, prontas para o consumo ou que exijam o mínimo de preparo, com sabor de comida caseira, armazenadas em uma embalagem sustentável, com informações sobre a cadeia produtiva, a origem da matéria-prima, o modo de fabricação e por aí vai. O desafio de quem produz passa a ser ainda maior quando inserimos a busca por novas experiências ou sensações através de novas experiências de consumo ou sabores exóticos.
O eixo da saudabilidade é constituído principalmente dos alimentos direcionados para o público vegano ou vegetariano (com destaque para a busca por proteínas presentes em outros alimentos além da carne), ou ainda, que apresentem benefícios funcionais (que auxiliem no trato intestinal, por exemplo). Nesse movimento podemos destacar ainda a “caça” por alimentos elaborados com ingredientes naturais ou com uma formulação que utilize menos ingredientes.
A demanda da conveniência surge pela rotina agitada vivida especialmente nos grandes centros urbanos e pelo aumento da procura por porções individuais, sem excedentes ou desperdícios. Nesse eixo ainda podemos destacar a praticidade dos petiscos que fazem parte da rotina dos consumidores há muito tempo, mas, que atualmente buscam por opções mais saudáveis.
Há algum tempo as expectativas dos clientes com relação à sustentabilidade dos produtos e de suas embalagens estão (no mínimo) sendo estudadas pela indústria de alimentos. Redução de resíduos (principalmente plásticos), embalagens biodegradáveis ou ecologicamente sustentáveis, reciclagem pós-consumo e, redução na logística de produção pelo uso de ingredientes locais são alguns dos tópicos a serem destacados nesse eixo.
A busca por novas experiências, por sua vez, está relacionada a demanda dos consumidores para explorar novos sabores, mais ousados, experiências que combinem mais de um dos nossos sentidos e especialmente, que tirem o consumidor de sua zona de conforto, tornando a vivência algo agradável e inesquecível. Um almoço a beira de um riacho ouvindo o som dos pássaros ou ainda beber um espumante no final de tarde com amigos sentados no chão de um lindo jardim são alguns bons exemplos. Aposto que você ficou imaginando como seria e sentiu uma sensação de alegria e bem-estar. Imagine vivenciando tudo isso!
Os movimentos destacados já são trabalhados pela indústria de alimentos a nível mundial, fazendo parte da rotina e dos desafios desse universo fascinante há algum tempo. Contudo, nesse ano de 2019 eles devem ganhar força. Fechando esse pensamento e trazendo para a realidade do Vale do Taquari é possível afirmar que o mercado local de pequenos agricultores e agroindústrias familiares está preparado (e já atua de alguma forma) para atender às expectativas dos consumidores quando falamos em saudabilidade, conveniência, sustentabilidade e a busca por novas experiências.
A saudabilidade naturalmente está embutida no uso de ingredientes locais, naturais e no processamento mínimo. A conveniência está presente na disponibilidade constante de produtos frescos e, consequentemente na oferta de lanches rápidos e saudáveis como, por exemplo, as frutas. A sustentabilidade, por sua vez, está alicerçada na regionalização, na produção local da matéria prima e dos produtos, com redução no consumo de combustíveis e outras energias para armazenamento, produção e comercialização. E por fim, mas, não menos importante, a busca por novas experiências já é uma realidade: produtos que utilizam em sua composição ingredientes locais como, a erva-mate; que possuam uma apresentação diferenciada como, por exemplo, o salame na bexiga; que são elaborados com matérias-primas exóticas como, o quiabo, o maxixe, o hibisco, o mirtilo e outras; que são produzidos a partir de combinações diferenciadas como, abacaxi com gengibre, geleias com pimenta, etc. . E claro, não podemos deixar de mencionar as inúmeras experiências que podem ser vivenciadas ao percorrer as propriedades e as agroindústrias familiares do Vale do Taquari.
2019 está apenas iniciando e há muita coisa para ser explorada e vivida. Como consumidores, vamos transformar tendências em realidade, buscar novas experiências e conhecer melhor o nosso Vale do Taquari!
Duas Rodas. As tendências globais para alimentos e bebidas. Disponível em:
Sra.Inovadeira. A lista definitiva: 233 tendências em alimentos em 2019. Disponível em:
Link das agências
Brasil food trends http://www.brasilfoodtrends.com.br/
Innova Market Insights https://www.innovamarketinsights.com/
Mintel http://www.mintel.com
JWT Intelligence https://www.jwtintelligence.com/
AF&CO https://www.afandco.com