

Como parte das ações do Programa de Gestão Sustentável da Agricultura Familiar (PGSAF), a Emater/RS-Ascar realizou na sexta-feira (28), uma Tarde de Campo sobre Produção Sustentável de Morango Orgânico. A atividade, acompanhada por cerca de 60 agricultores, ocorreu na propriedade da família Burghardt, da localidade de Linha Nova, em Cruzeiro do Sul. Na ocasião foram três estações de trabalho que tiveram como temas a produção de alimentos para o autoconsumo, a certificação da produção agroecológica e as estratégias utilizadas para o cultivo de morango em sistema orgânico.
O objetivo geral do evento foi o de apresentar aos participantes alternativas para a produção de morangos livres de agrotóxicos, estimulando ainda o cultivo para o ajutoconsumo. “Nesse sentido, o monitoramento contínuo, associado ao uso de ferramentas biológicas e de caldas naturais para o controle, resultará no cultivo de um alimento seguro, sustentável, que respeita o meio ambiente e o consumidor e que promove a saúde”, salienta o assistente técnico regional em Sistema de Produção Vegetal da Emater/RS-Ascar, Lauro Bernardi.
Uma quarta estação apresentou os detalhes do PGSAF – política pública operacionalizada pela Emater/RS-Ascar por meio de convênio com a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo (SDR). No Estado, o Programa atende 40 mil famílias e visa a apoiar os participantes em ações permitam o aumento da renda, a racionalização dos custos de produção, a redução da penosidade no trabalho e o planejamento da propriedade como um todo. “A sustentabilidade e o acesso a políticas públicas também são outros pontos destacados”, enfatiza o gerente regional da Emater/RS-Ascar, Marcelo Brandoli.
A tarde de campo – ferramenta que tem sido utilizada em todos os 55 municípios dos vales do Taquari e Caí que integram o Escritório Regional da Emater/RS-Ascar de Lajeado – se soma a outras atividades individuais e coletivas que visam a compartilhar experiências e conhecimentos técnicos a respeito daquilo que está sendo desenvolvido na propriedade, a partir do PGSAF. “Nesse sentido, o programa busca coletar indicadores sobre a evolução das condições sociais, econômicas e ambientais dos assistidos”, completa Brandoli.
Para a anfitriã Márcia Burghardt, a política pública tem sido uma importante ferramenta na hora de organizar as finanças da propriedade. “Muitas vezes a gente não coloca no papel o quanto a gente investe ou mesmo economiza, se levarmos em conta aquilo que cultivamos para o consumo”, destaca. Na horta da família há alface, rabanete, alho poró, pepino e beterraba que, como produtos excedentes, são comercializados ao lado do morango e do tempero verde – os “carros-chefe” da horta da família – em feiras orgânicas da região.
Márcia integra desde 2017 o Organismo de Controle Social Orgânicos do Vale, que comercializa produtos agroecológicos não apenas nas feiras, mas também por meio de políticas públicas como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA). “Para nós é um orgulho saber que trabalhamos com frutas e hortaliças ‘limpas’, que não agridem o meio ambiente e que estão sendo cada vez mais procuradas pelos consumidores”, comenta a agricultora que, no passado, plantava fumo e se viu obrigada a modificar a matriz produtiva por conta de um problema de saúde na família.
O evento – que teve o apoio da equipe do Projeto Mais Hortas Nas Comunidades – contou com a presença de diversas autoridades, entre elas o prefeito de Cruzeiro do Sul Lairton Hauschild e o supervisor da Emater/RS-Ascar, João Caíno. Caíno valorizou a ação em parceria para a consolidação da tarde de campo, parabenizando os produtores por investirem neste modelo de cultivo. “Nesse sentido, o que se viu aqui foi um excelente momento para trocar experiências e para aprender”, finalizou.
Texto: Ascom Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado