Na bagagem de mão, algumas malas. Na bagagem intelectual, muito conhecimento. Essa foi a avalição dos 36 integrantes da comitiva da Dália Alimentos que participou de uma viagem de intercâmbio entre os dias 15 a 21 de julho. O destino foram cooperativas do Paraná e do Paraguai e o objetivo a troca de ideias a fim de buscar conhecimento para aplicar na cooperativa e nas propriedades dos participantes da comitiva.
O grupo esteve composto por conselheiros de administração e fiscais e por jovens das quatro turmas que concluíram as aulas do Programa Sucessão Familiar. Para os jovens, a viagem foi a bonificação pela àqueles que tiveram 100% de participação nas aulas e que finalizaram o projeto.
A viagem teve como primeiro destino o estado do Paraná, na cidade de Castro, com visita à cooperativa Castrolanda. A comitiva foi recepcionada pelo presidente Frans Borg, que apresentou dados da empresa fundada em 1951 e que tem faturamento de R$ 2,9 bilhões. A cooperativa foi fundada por holandeses e atua no segmento de grãos, leite, carnes e batatas.
Um dos pontos que chamou a atenção do grupo foi a “intercooperação” praticada na Castrolanda, que une diversas cooperativas, originando a marca “Unium”. Conforme Borg, “se não somos eficientes sozinhos, vamos buscar por parceiros”. Outro ponto que despertou a atenção foi o intenso trabalho desenvolvido com jovens, que recebem capacitações e se mobilizam para formar futuras lideranças. Neste dia também foi realizada visita à propriedade de Armando Rabbers, também em Castro, primeira fazenda da América do Sul a operar com ordenha robotizada.
O segundo destino foi a cidade de Carambeí, na Frísia, cooperativa com 63 anos de fundação e faturamento R$ 2,4 bilhões. A Frísia também desenvolve a “intercooperação”, atua com a formação de jovens lideranças desde o trabalho em escolas. Nesta cooperativa o grupo foi recepcionado pelo gerente de Marketing, Luciano Tonnon, pelo coordenador de Pecuária, Jeferson Tramontini e pelo diretor conselheiro, Johannes van der Meer.
Em Medianeira a visita ocorreu à sede da Lar, cooperativa com 54 anos de fundação, faturamento de R$ 5,7 bilhões e atuação no segmento de grãos, aves, suínos e leite. O grupo foi recebido pelo diretor e 2º vice-presidente, Urbano Inacio Frey, que apresentou a estrutura da cooperativa. Com intensa ação com os jovens, o grupo da Dália conheceu o projeto de formação de lideranças e visitou a sede onde o projeto com jovens é desenvolvido. Segundo Frey, “o planejamento estratégico não é feito para o associado, mas sim com o associado”. Ainda em Medianeira, o grupo deslocou-se à planta da Frimesa que, diariamente, abate 8,3 mil suínos e possui cinco mil funcionários. Foi realizada visita à planta e também a uma trilha ecológica mantida pela cooperativa.
Internacional
O roteiro encerrou-se no Paraguai, na cidade de Obligado, na região de Itapúa, com visita à a cooperativa Colonias Unidas. Dirigentes da organização paraguaia estiveram na Dália no ano passado e a visita se deu como forma de conhecer o cenário local e retribuir a visita. Colonias Unidas tem 65 anos de história e atuação no segmento de grãos, erva-mate e leite. Nesta cooperativa o grupo foi recebido pela Direção, que apresentou a indústria de erva-mate, a linha de lácteos e também o porto particular onde é escoada a produção de grãos. Recepcionou o grupo o presidente do Conselho de Administração, Agustín Konrad, o vice-presidente, Elmo Junghanns, além de dirigentes e do professor e assessor administrativo da Colonias Unidas, Alceu Van Der Sand.
Entrega de livro e placa
Em cada cooperativa visitada, o presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, entregou o livro “Destemidos“, lançado em decorrência da passagem dos 70 anos de fundação da cooperativa, em 2017, e uma placa em agradecimento pela recepção.
Avaliação e depoimento de alguns jovens:
“Foi uma experiência fantástica conhecer outras cooperativas, tanto no Paraná, que é referência pela produção leiteira, como no Paraguai. Conhecer a forma de trabalho de cada cooperativa, suas realidades, visitar fazendas e também trazer o máximo de informações para a nossa propriedade. Importante citar a qualidade do alimento fornecido aos animais e como são eficazes na qualidade do leite. Ouvir o depoimento dos jovens sucessores da Lar fez perceber que o sentimento deles é o mesmo que o nosso, as dificuldades enfrentadas, o preconceito, os desafios, ver a propriedade como uma empresa, assumir funções e ganhar espaço dentro dela para que o trabalho em família funcione bem. Voltei ciente de estar no caminho certo, sentindo orgulho da nossa cooperativa, de trabalhar no campo e, principalmente, de dizer que sou empresária rural”. – Gabriela Degasperi (24), Marques de Souza
“Tive a oportunidade de conhecer propriedades e cooperativas com organizações diferentes e, ao mesmo tempo, similares à nossa. O que chamou a atenção foi que as cooperativas trabalham com a intercooperação, sendo uma forma de organização para fortalecer as marcas, melhorar a logística e ter melhor inserção dos produtos no mercado. Parabenizo à Dália por oportunizar essa viagem de estudos a seus associados, principalmente a nós, jovens. O conhecimento obtido agregará muito para o desenvolvimento das nossas propriedades”. – Samanta Chiesa Fleck (33), Roca Sales
“Agradeço à Dália pela oportunidade, porque podemos sair de nossas propriedades e conhecer outras realidades. Vou levar para a minha propriedade um pouco de cada local visitado, absorvendo todas as informações recebidas, principalmente as que foram relacionadas ao leite, atividade que minha família atua. Na cooperativa Lar, o que me chamou muito a atenção foi o trabalho desenvolvido com os jovens, em que todos têm contato um com o outro, compartilhando as ideias e fortalecendo o grupo como um todo”. – Ivan Senter (28), Nova Bréscia
“Eu só trabalho na propriedade, com leite, aos finais de semana, ajudando meu namorado, pois trabalho na cidade, mas depois desta viagem tive ainda mais certeza de que isso é o que eu quero para minha vida. Agradeço à Dália por nos proporcionar esse momento, inesquecível, onde podemos adquirir muito conhecimento nas cooperativas visitadas, além da integração entre o nosso grupo, que foi participativo e dividiu todas as experiências vividas. Me chamou a atenção em cada local visitado o quanto eles prezam pela cultura, pela religião e pela família. As vezes esquecemos que a propriedade não é simplesmente o nosso trabalho, mas a nossa família, e isso ficou claro depois destes sete dias de viagem”. – Vanessa Pellin (28), Guaporé
“O que mais chamou a atenção foi a organização, a disciplina e a inovação tecnológica destas cooperativas. Todas são fiéis a sua cultura, prezam pela diversificação das atividades, o que proporciona estabilidade aos produtores e também às próprias cooperativa. Todas têm programas para jovens muito bem estruturados, que incentivam a permanência na propriedade, tendo admiração pela profissão de produtor rural. No Paraguai, a Colonias Unidas apresenta um diferencial: foi nítido perceber o desenvolvimento econômico e social presente onde existe o cooperativismo. Essa viagem foi uma oportunidade ímpar de ampliar os horizontes, conhecer novos colegas e levar para casa muito conhecimento.” – Marcelo Berté (24), Anta Gorda
“Foram vários pontos positivos vistos durante a viagem. Os valores prezados e o forte espírito de união por parte das diferentes cooperativas, a pró-atividade em unir forças para formatar a intercooperação, agregando valor, ganhando maior mercado e mais escala. No Paraguai nos sentimos em casa, sendo muito bem recebidos pelos dirigentes, os quais têm suas origens também no Vale do Taquari, mantendo uma cultura similar a nossa. O foco nos jovens, a união entre eles, a interação entre todos é algo que podemos seguir o exemplo. Os jovens prezam pela família e têm incutido o espírito de união, o que faz toda a diferença para que estes possam a ser os sucessores de seus pais nas propriedades”. – Artur Fiegenbaum (21), Fazenda Vilanova
Texto: Ascom Dália Alimentos