A luta pela continuidade e conclusão dos acessos asfálticos ligando os municípios de Arroio do Meio com Travesseiro pela RSC 811 e Arroio do Meio com Capitão pela RSC 482 continua. Na manhã da terça-feira (29) foi realizada mais uma audiência reunindo o secretário de Estado dos Transportes, Pedro Westphalem e lideranças dos três municípios, além do deputado Edson Brum (PMDB) que agendou o encontro.
Mesmo sem uma solução, os prefeitos saíram um pouco mais otimistas, já que abriram-se algumas possibilidades e alternativas para viabilizar, não apenas o sonho das comunidades de ter os acessos asfaltados, como concretizar a real necessidade de ter uma estrada condizente com o fluxo de automóveis e caminhões que carregam aves, suínos, leite, erva-mate, milho, soja e diversos outros produtos produzidos em larga escala na região.
O próprio secretário reconhece a deficiência na mobilidade da região. “Ali se produz muito, necessita ter boas estradas!”, diz. Afirma que não falta vontade política por parte do governo. “O Sartori está fazendo um grande governo. Agora, é preciso que a Assembleia aprove os projetos de ajuste fiscal, o que oportunizará a ir atrás do recursos necessários”, menciona.
Arroio do Meio/Travesseiro
Dos pouco mais de 16 quilômetros que ligam os dois municípios, seis ainda precisam do asfalto. O projeto original previa asfaltamento de 10 quilômetros – após a localidade de Forqueta, no entanto, quatro foram executados pelo município de Travesseiro. “A licitação, mesmo antiga, ainda é válida. O que precisamos é adequar as necessidades, como metragem e tipo de asfalto, assim como atualizar as planilhas”, disse o prefeito Genésio Hofstetter. Neste caso, o secretário autorizou que o próprio prefeito faça as atualizações necessárias diretamente com a empresa que tem a responsabilidade da obra. Posteriormente, um novo encontro será agendado com o secretário.
Arroio do Meio/Capitão
O projeto de asfaltamento dos 16 quilômetros entre os dois municípios data de 1998. Foi iniciado e paralisado no início da década de 90. De lá para cá, as dificuldades só aumentaram. A empresa responsável pela obra entrou em concordata. Posteriormente, parte do trecho foi sub-contratado para outra empresa (acordo entre as duas empresas), que realizou quase todo o serviço. Porém, a empresa original faliu e, o pagamento não pôde mais ser realizado, já que teria que ser depositado em conta da massa falida, impossibilitando a executora de receber pelos serviços. E mais: enquanto não for juridicamente resolvida toda a situação, com a homologação do distrato, não é possível qualquer retomada de obra, que somente poderá ser feita através de uma nova licitação.
O prefeito de Arroio do Meio, Klaus Werner Schnack sugere, além da atualização do projeto, que a nova licitação possa ser feita por partes, iniciando com um trecho de cerca de nove quilômetros, mais plano e, portanto, com custo menor em relação ao restante, que compreende um trecho de serra, na subida para Capitão. “Seria um início. Além disso, precisamos concluir a parte que foi feita para não perder o investimento”, comenta.
O prefeito de Capitão, por sua vez, sugeriu a municipalização do trecho dentro do seu território, o que facilitaria a execução até de melhorias para conservação, o que hoje, com a rodovia estadualizada, não é possível. Neste sentido, uma audiência será agendada e acompanhada pela assessoria do deputado Edson Brum, junto ao DAER.
Realidade
Para o deputado Edson Brum, os projetos originais de ligação não espelham a realidade da região. “Eles são antigos, de 30 anos atrás. Só como exemplo, naquela época, a cooperativa Dália recebia 100 mil litros de leite. Hoje, um milhão. Ficaram fortalecidas as cadeias do frango e do suíno, como também dos grãos. Se naquela época se sentia a necessidade do asfaltamento, hoje muito mais”, ressalta.
Texto: Deolí Gräff