A tecnologia evoluiu muito ao longo do tempo, nos trouxe comodidade e praticidade, tornando-se essencial, mas nem sempre foi assim. Paramos para fazer uma reflexão: como era a vida no tempo dos nossos avós e bisavós? No quesito alimentação, o que era consumido? Que alimentos estavam disponíveis para a compra? Onde as refeições eram realizadas?
Novos padrões alimentares foram se estabelecendo na sociedade, principalmente em função do desenvolvimento da Indústria, que realizou grandes investimentos e apostou em inovação. Ao entrarmos nos supermercados hoje, nos deparamos constantemente com produtos novos e cheios de particularidades.
A inserção da mulher no mercado de trabalho também exigiu soluções para simplificar o ato de cozinhar, e a saída foi recorrer a alimentos industrializados, como os congelados, pré-cozidos e pré-temperados, além dos restaurantes comerciais tipo fast-food.
No sentido contrário dos produtos alimentícios processados e ultraprocessados que vêm atender às necessidades da sociedade moderna, a comida de verdade retorna no tempo. É aquela que vem da terra, que cai de uma árvore, que respeita o meio ambiente, que vem da natureza, que prioriza alimentos in natura e minimamente processados, é a comida que você mesmo faz.
Os alimentos in natura são aqueles obtidos diretamente de plantas ou de animais sem que tenham sofrido qualquer alteração, como exemplo temos as folhas, frutas, ovos e carnes frescas. A grande maioria não se encontra em embalagens e nem possuem rótulos.
Os minimamente processados são alimentos in natura que, antes de sua aquisição, foram submetidos a alterações mínimas, podendo ser empacotados, refrigerados, congelados, fracionados, fermentados, pasteurizados ou moídos, mas a sua essência continua a mesma, ou seja, não tem na composição a presença de aditivos químicos. Como exemplo temos o leite, iogurtes naturais, coalhada, feijão, arroz, farinha de milho, amendoim, aipim, dentre outros.
Diante dessas informações, o que podemos fazer para nos alimentarmos com mais qualidade?
A regra seria sempre privilegiar alimentos in natura ou minimamente processados. Uma dica muito importante é observar os rótulos dos alimentos e ler a lista de ingredientes. Quanto mais longa e mais ingredientes que não conhecemos e não costumamos ter na despensa de nossa casa, menos saudável o alimento é.
O congelamento é um grande aliado, e porque não cozinhar uma vez na semana e congelar para os demais dias? Ajuda principalmente quem mora sozinho!
Consumir as frutas e hortaliças da época torna a nossa alimentação mais saborosa, nutritiva e barata. Podemos fazer ótimas escolhas em restaurantes a quilo, a dica é fugir dos lanches prontos e investir em pratos coloridos!
Investir em temperos naturais como alho, salsa, salsinha, cebolinha, dentre outros é uma ótima alternativa! Os realçadores de sabor, caldos de carne e legumes industrializados possuem uma alta quantidade de sódio.
Por fim, enfatizo a importância das refeições compartilhadas com a família e amigos, em um ambiente tranquilo e livre de tecnologias como celular e televisão. Cozinhar em família cria vínculos e contribui para a promoção de saúde! Com planejamento com certeza é possível termos em nossa mesa comida de verdade, só depende de nós!
Daiane Bergamaschi – Nutricionista Pós-graduada em Gestão da Qualidade no Processamento de Alimentos