O centro de Lajeado amanheceu azul na sexta-feira (31). Além dos alunos, usuários, pais, voluntários e colaboradores da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) muitas lojas estavam decoradas com balões azuis. A III edição da Caminhada buscou comemorar a Semana de Conscientização do Autismo.
Além do destaque na cor azul das roupas, a passeata contou com faixas, balões, cartazes e folders informativos. Ao fim, no Posto Nevoeiro, o educador musical Walter Silva cantou a música “O amanhã colorido” do Duca Leindecker e como ato simbólico os alunos e familiares soltaram ao céu os balões.
A programação da Semana de Conscientização do Autismo busca informar, orientar, conscientizar e valorizar as pessoas com autismo. Para a diretora Ana Paula Müller é fundamental entender que as particularidades, comportamentos e maneira singular de se comunicar e interagir, são processos fundamentais para o desenvolvimento e qualidade de vida destas pessoas e seus familiares. “Podemos afirmar, com grande convicção que todos os investimentos técnicos em atendimentos e escolarização, somente apresentam os resultados desejados, porque as famílias assumem esse importante compromisso juntamente com os profissionais apaeanos”, diz.
Na III edição da Caminhada o objetivo foi concretizar o compromisso assumido pela APAE de Lajeado em relação à escolarização e reabilitação das pessoas com autismo. “Hoje profissionais, alunos, usuários e famílias, mostraram para a comunidade, de uma forma simbólica, que todos temos o mesmo objetivo, o mesmo sonho e não vamos desistir de atuar com ações sérias e comprometidas pela valorização e defesa dos direitos das pessoas com autismo”, diz Ana, agradecendo os profissionais que organizaram a programação.
Busca por atendimento
O médico neurologista da APAE Lajeado Cristiano Freire afirma que é possível identificar o TEA desde os primeiros meses de vida quando se pode observar a falta de interação, pouca fixação de olhar, pouca expressão (não sorri muito), quando olha muito para as mãos e o bebê não costuma dar muito trabalho. “Quando os pais dizem que a criança é muito tranquila, não é um bom sinal. O ideal é que seja mais ativa e requisite contato e afeto entre outras pessoas”, destaca o médico, que salienta que o contato olho no olho na hora de mamar pode ser um dos detalhes a serem observados. “O quanto antes buscarem esse atendimento pode fazer com que se reverta alguns aspectos”.
De corpo e alma
A mãe do Pietro de seis anos, Miriam da Rosa (33) descobriu que o filho era autista quando ele completou dois anos. “O médico deu o diagnóstico de autismo leve. Ele se comunica muito bem hoje, mas quando descobri fiquei sem chão e não sabia o que fazer”, diz a mãe, que afirma que aceitou e faz o que pode para informar as outras pessoas sobre o transtorno. “Também tenho buscado aprender mais sobre o autismo e percebo o desenvolvimento constante dele depois que começou a ser atendido pela APAE”, conta a mãe.
Texto: Ascom Apae Lajeado