Quando nascemos herdamos uma “carga” genética como muitas informações que são responsáveis por alguma ou muita responsabilidade do nosso “ser” quando nos tornamos adultos. A genética influencia na cor dos olhos, no tom da pele, no tipo de cabelo, na altura entre outras características que cada ser humano possui. Na questão do perfil antropométrico muito tem se falado que ser ou estar obeso é influenciado pela genética. Bem, até certo ponto sim, mas também a genética não tem tanta influência como muitas pessoas pensam. O que acontece, na grande maioria dos casos, é que quando os pais possuem maus hábitos alimentares, esses passam para seus filhos, inclusive, iniciando antes do seu nascimento.
Na verdade, uma mãe que consome alimentos nada saudáveis é responsável pela formação do feto, que após seu nascimento continuará consumindo alimentos não saudáveis, em quantidades excessivas e ainda que acostumam o organismo a consumir refeições mais prejudiciais que benéficas para o organismo. A criança convive com os pais que não possuem hábitos saudáveis e aprende que aquele modelo de alimentação é “normal” e cresce neste meio tornando-se um adulto no modelo dos pais.
Acontece que se podemos mudar nossa genética para pior através de hábitos ruins, desenvolvendo como consequência doenças, o que impede de mudarmos nossos hábitos para melhor e chegar a sermos adultos mais saudáveis que nossos pais? O que impede é exatamente a mudança de hábitos. Essa tarefa é muito desafiadora, pois os hábitos que crescem juntamente com as pessoas fazem parte da vida e são chamadas de crenças ou paradigmas. Muitas vezes acreditamos em certas coisas que não colaboram para a melhora da nossa vida, simplesmente a limita e uma destas crenças é acreditar que filho de pais obesos não tem jeito e vai ser para sempre obeso. Não necessariamente. Se a criança aprende a se alimentar exageradamente com alimentos prejudiciais à saúde, não pratica nenhuma atividade física, e não sai para nenhum lugar a não ser de carro é bem provável que será uma criança obesa e que possui chance elevadas de ficar para toda vida na faixa da obesidade. Porém, se este mesmo indivíduo, em alguma etapa da vida resolve mudar sua situação e iniciar um plano de atividades físicas com certa frequência e intensidade, inicia uma alimentação mais saudável e acredita que vai ser e pode magro, as chances de mudar a sua própria história tende a ser bem grande.
Mas mudar um hábito requer muita força de vontade, exige superação, exige tempo, foco e comprometimento e isso não é tão simples. A boa notícia é: Todas as pessoas podem mudar hábitos e isso pode acontecer entre 3 semanas a 120 dias. Durante este tempo vários sentimentos podem aparecer como ansiedade, vontade de “chutar o balde”, sensação de impotência, descredito em si mesmo entre outras, o que é perfeitamente normal e é passageiro, se houver perseverança. Mas, então: será que vale a pena investir 4 meses da vida para colocar força e foco em uma mudança que pode beneficiar muitos anos, sem contar o acréscimo de anos de vida? Ou não?
Eliana Giacobbo – Nutricionista Coach de Emagrecimento