O dia de campo contou com três estações. Na primeira delas, os produtores puderam conhecer mais sobre a importância da cobertura do solo e da rotação de culturas para a preservação de nutrientes. Condição que evita a compactação, mantendo o solo vivo e garantindo a absorção da água. Na segunda, foram apresentadas alternativas para o manejo integrado de pragas doenças e plantas daninhas da soja. “Um sistema simples que, se for bem aplicado, pode representar uma redução de cerca de 60% nas aplicações de inseticidas na lavoura”, observa o engenheiro agrônomo da Emater/RS-Ascar, Fábio Baleirini.
Por fim, os produtores conferiram as tecnologias adequadas para a correta aplicação de fungicidas, herbicidas, inseticidas e outros insumos. A atividade integra um programa continuado, que tem sido realizado em todo o Estado desde o ano de 2013. Nesse sentido, o MIP se constitui em uma boa prática agrícola, sendo estratégica a promoção e a utilização mais racional dos defensivos, com a intenção de reduzir os custos de produção e diminuir as contaminações não apenas do meio ambiente, mas também dos próprios agricultores. Na região, além de Dois Lajeados, os municípios de Teutônia e Roca Sales possuem URTs.
O assistente técnico regional na área de Culturas da Emater/RS-Ascar, Alano Tonin, reforça que o objetivo do programa não é o de abolir o uso de agroquímicos, e sim promover o manejo adequado e eficiente das aplicações, para que os agricultores não sejam penalizados. “Em lavouras monitoradas e com acompanhamento técnico percebe-se uma boa redução no volume de uso”, destaca. Outros aspectos como a regulagem das colhedoras também podem contribuir para a redução considerável das perdas. “O tolerável de perdas na soja é um saco por hectare, sendo esse número, em muitos casos, quatro vezes maior”, enfatiza.
Para o produtor Diego Treméa, da localidade de Mattei, os conhecimentos adquiridos em uma atividade como esta são importantes. “Muitas vezes a gente faz o manejo meio ‘no olho’, o que não é o certo”, concorda. Para Treméa, que possui 14 hectares de soja plantados, o aprendizado e a troca de experiências acabam ficando muitas vezes em segundo plano para os produtores. “Muitas vezes tudo o que fazemos é trabalhar, sem sequer refletir a respeito daquilo que estamos fazendo”, constata, lembrando o fato de, na atualidade, existirem muitos vendedores com pacotes prontos, interessados apenas em “empurrá-los” para o produtor. “É preciso filtrar, ter critério, se informar”, completa.
O anfitrião do dia se diz satisfeito com o monitoramento, realizado desde o ano passado, e que começa a apresentar os primeiros resultados. “É o tipo de programa que nos permite perceber onde estamos procedendo de maneira incorreta, com vistas a qualificar o manejo”, analisa. “Nesse sentido, é importante que o agricultor tenha consciência de que a responsabilidade pela propriedade é apenas sua”, lembra Balerini. Assim, o agrônomo ressalta que a idéia do programa é sair do “pacote pronto”. “É ser eficiente e aplicar aquilo que é realmente necessário, com critério e observando a dose correta de acordo com a área”, finaliza.
O MIP é considerado uma boa prática agrícola, sendo a estratégia do Estado a promoção e a utilização mais racional de defensivo, para reduzir os custos de produção, a contaminação ambiental e também dos agricultores.
Nos locais em que está sendo empregado, o monitoramento constitui-se em inspeções semanais para verificar o número e o tamanho das pragas existentes na lavoura, a incidência e severidade de doenças e a ocorrência de plantas daninhas, relacionando-as aos danos ocasionados com cada estágio de desenvolvimento da cultura. Todas as atividades do dia foram ministradas por técnicos da Emater/RS-Ascar.
Fonte: Ass. de Imprensa da Emater/RS-Ascar – Regional de Lajeado
Jornalista Tiago Bald