Neste mês de dezembro, o Condomínio Dei Produttori Di Latte Brescia comemora um ano de inauguração. O empreendimento leiteiro com ordenha robotizada, construído no município de Nova Bréscia pela Dália Alimentos, conta com 14 famílias associadas, além da própria cooperativa, que possui uma cota.
O primeiro ano de atividades foi marcado por desafios, como ressalta o presidente do condomínio, Admir Lorenzon. “Tivemos dificuldades, principalmente por se tratar de um projeto novo e pioneiro, mas muitas delas foram superadas e cá estamos nós, ajustando e driblando os desafios na produção leiteira.”
O condomínio possui um rebanho total de 174 vacas em lactação, sendo 15 secas, 54 bezerras e terneiras e 12 novilhas. A produção diária é de 5,3 mil litros de leite, uma média de 31 litros/leite/vaca/dia. A ordenha é realizada por três robôs VMS DeLaval que funcionam, em média, 20 horas por dia, resultando em 2,5 ordenhas/animal/dia.
O presidente do Conselho de Administração da Dália Alimentos, Gilberto Antônio Piccinini, ressalta que quando se investe em projetos com alta tecnologia, a concepção é diferente. “Tanto os produtores quanto a equipe técnica e os animais alojados, necessitam de tempo para se adaptar a essa nova realidade. Em um ano, o condomínio apresenta números impressionantes, enfrentando desafios, mas seguindo o objetivo de agregar renda, minimizar a mão de obra e melhorar a qualidade de vida das famílias.”
Rotina de trabalho
A rotina de trabalho na granja inicia-se às 6h e a equipe de trabalho é constituída por quatro funcionários, que assumem diferentes funções dentro do condomínio. Marcel Liotto (32) é o encarregado e responsável por coordenar as tarefas administrativas e gerenciais; Débora Bertollo (28) é a responsável pelo bezerreiro e pelo cuidado dos animais nos robôs VMS; o técnico agrícola Mateus Marchese (21) dedica-se à alimentação de todo o rebanho e à manutenção da limpeza das camas; e Ricardo Schena (27), que além de ser produtor sócio do condomínio, que desempenha diversas tarefas.
Sócio e funcionário – Ricardo Schena é associado da Dália, do condomínio e integra a diretoria do empreendimento. Desde pequeno observava e ajudava os pais na propriedade onde mora, em Linha Tigrinho Alto, próximo ao condomínio. Conta que, antigamente, a família trabalhava com suínos, aves, fumo e leite, em pequena escala, devido à geografia. Porém, precisaram abandonar algumas tarefas em virtude de problemas de saúde na família.
Aos 16 anos o jovem assumiu a atividade leiteira, se capacitou em um curso de inseminação, abriu uma microempresa de bem-estar animal e terceirizou inseminações para a prefeitura. Tudo conciliando com a atividade avícola mantida pelos pais. Hoje, além de continuar trabalhando com inseminações pela própria empresa, Schena atua com recria de terneiras e lavoura, onde planta milho para silagem de sua cota de animais no condomínio.
O jovem, que também é delegado da cooperativa, ressalta que trabalhar com o auxilio dos robôs facilita e diminui o esforço físico, porém exige mais atenção. “Essa oportunidade está sendo muito boa para mim, que não sei trabalhar longe dos animais. Desempenho diversas tarefas, internas e externas, desde o pagamento em bancos até o serviço de inseminação, de limpeza de corredores, ordenha, mastites, medicações, trator e limpeza da água das vacas.”
Filho de associado e funcionário – Mateus Marchese concluiu o técnico agrícola no ano de 2014. Natural de Arvorezinha, é filho de produtores associados à Dália naquele município. A oportunidade de fazer parte da equipe do condomínio de Nova Bréscia surgiu logo após a formatura, quando ingressou como estagiário e logo depois foi efetivado.
Marchese diz que o trabalho na granja é tranquilo e demanda conhecimento dos utensílios, implementos e equipamentos. “Minha principal função na granja é fazer o trato dos animais, mas também desempenho todos os trabalhos externos e realizo a colocação de serragem nas camas das vacas três vezes por semana”, detalha.
Ele acredita que a oportunidade de trabalho na granja está lhe proporcionando experiência no setor leiteiro com ordenha robotizada. “Na propriedade de meus pais também trabalhamos com leite, porém, com ordenha canalizada, o que me deu conhecimento. Agora, com a ordenha robotizada, percebo o quanto mais fácil se torna trabalhar, podendo controlar a produção através do celular.”
Texto: Ascom Dália Alimentos