

Dando continuidade ao tema abordado no artigo Andanças e Lembranças do dia 23 de novembro, volto a questionar: você procura conhecer a origem dos alimentos que consome?
Alguns movimentos gastronômicos defendem que a partir do momento em que conhecemos a origem dos alimentos que consumimos nos tornamos co-produtores e não simplesmente consumidores pois passamos a apoiar a cadeia, assumindo o papel de parceiros do processo. Os movimentos Slow food e Fusion são alguns exemplos. Esses movimentos trabalham além da origem dos produtos, a sua relação com o meio ambiente e com as tradições culturais, ou seja, a produção de alimentos com respeito ao meio ambiente, aos produtores, aos consumidores e aos hábitos culturais de uma dada região.
Paralelamente, observa-se também que é crescente o número de restaurantes que trabalham com o cadastro de pequenos produtores familiares em sua rede de fornecedores. A produção em pequena escala respeita a sazonalidade dos produtos e, deste modo, o cardápio do restaurante é elaborado a partir dos alimentos disponíveis em determinada época do ano. O resultado, são pratos de sabor intenso elaborados com ingredientes de qualidade.
Nesse contexto, ressalta-se que o consumo de alimentos locais é importante pois além de estimular a relação (por vezes rompida em alguns modelos de produção intensiva) entre produtores e consumidores, contribui para o desenvolvimento social e fortalece a identidade regional. De modo geral, nessas situações observa-se que a valorização do “local”, contribui para a consolidação de mercados justos e para o desenvolvimento sustentável. Valorizar a produção local também é proteger a história e as especificidades de um determinado alimento e do seu modo de produção e, consequentemente a história da região em que esse é produzido.
A diversidade de alimentos produzidos no Vale do Taquari nos permite colocarmos em prática algumas ações, substituindo alimentos de fora do Vale ou mesmo do Estado, por aqueles produzidos aqui, na nossa região. Por exemplo: que tal substituir o “suco” em caixinha por um suco integral de uma agroindústria familiar? Ou ainda, substituir o doce cremoso industrializado por um doce cremoso com pedaços de frutas (cultivada por uma de nossas agroindústrias), sem corantes produzido pelas agroindústrias familiares?
Ao consumir os produtos das agroindústrias familiares do APL AF VT e do Vale do Taquari como um todo, estamos contribuindo para a manutenção da história e da identidade regional do Vale produtor de alimentos. Leia os rótulos e pense nisso!
Uma boa semana a todos, e até o próximo artigo!
Vanessa Daltoé – Tecnóloga em Agropecuária com ênfase em Agroindústria