A experiência com a política de isenção de vistos para determinados países, defendida pela Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e pelo Ministério do Turismo (MTur) e aplicada no período dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio (de 1º de junho a 18 de setembro de 2016), foi um sucesso. Levantamento feito pelo MTur em conjunto com o Departamento de Polícia Federal concluiu que no total de turistas estrangeiros com origem nos países beneficiados (Estados Unidos, Canadá, Japão e Austrália) houve variação positiva média de 55,31% em relação ao mesmo período de 2015.
Em 2016, foram 163.104 mil turistas das quatro nacionalidades, contra 105.017 mil do ano anterior. O número de chegadas de norte-americanos variou 47%; o de japoneses 61%; o de canadenses, 84% e o de australianos, 107%. “Os organismos mundiais já apontavam essa tendência, agora confirmada na Rio 2016. Do total de estrangeiros que vieram ao Brasil para os Jogos, 74,7% disseram que esse teria sido um dos fatores que motivaram a viagem. Queremos agora que o governo brasileiro adote a medida por dois anos para traçarmos um panorama mais completo da eficácia e do real incremento no fluxo turístico brasileiro”, ressaltou presidente da Embratur, Vinicius Lummertz.
Lummertz reforça a defesa do Instituto para que a política de isenção de vistos se torne permanente para esses países, o que traria um grande incremento ao setor, como também contribuiria para fortalecer a economia brasileira. Tanto o ministro Marx Beltrão quanto Lummertz já levaram a proposta da retomada de isenção para debate com o Ministério das Relações Exteriores e com a Casa Civil. Se a medida for aprovada, a tendência é que o novo período de dispensa se estenda por dois anos.
Uma das principais entidades empresarias do segmento de viagens e turismo do mundo o WTTC (da sigla em inglês para Organização Mundial de Turismo e Viagens) apontava em pesquisa desenvolvida em 2012 entre os 20 maiores países do mundo que, quanto mais aberto o País, mais desenvolvido é o seu turismo. Números dos técnicos do WTTC indicam que à medida em que vão diminuindo as restrições ao visto de entrada, os países podem apresentar um crescimento de 5% a 25% em arrecadação.
Uma prova concreta de que o estudo da organização pode estar correto é dada a partir da análise do caso da Argentina, que optou pela isenção do visto para os norte-americanos em dezembro de 2015. O fluxo de cidadãos dos Estados Unidos que entrou no País nos três primeiros de 2016 comparado com a do ano anterior, teve um incremento da ordem de 10%. Entre janeiro e março de 2015 entraram na Argentina 83 mil 900 norte-americanos, contra 92 mil 400 nos mesmos meses, em 2016.
Entrada de turistas estrangeiros¹ no Brasil, por país de nacionalidade
2016² | 2015² | Diferença
(2016 – 2015) |
Variação %
2016/2015 |
|
Total³ | 163.104 | 105.017 | 58.087 | 55,31 |
Estados Unidos | 113.830 | 77.416 | 36.414 | 47,04 |
Japão | 22.129 | 13.693 | 8.436 | 61,61 |
Austrália | 13.634 | 6.584 | 7.050 | 107,08 |
Canadá | 13.511 | 7.324 | 6.187 | 84.48 |
Fonte: Departamento de Polícia Federal e Ministério do Turismo