Com o objetivo de refletir a respeito da problemática da violência contra a mulher nos âmbitos doméstico e rural, os cursos de direito e psicologia da Univates, de Lajeado, realizaram na terça-feira (08), no auditório do Prédio 7, o 5º Fórum Regional de Combate à Violência Contra a Mulher no Vale do Taquari. Dividido em dois turnos, o evento contou, na parte da tarde, com mesa redonda sobre o tema. À noite houve exibição e debate a respeito do filme “Vidas Partidas”, do diretor Marcos Schechtman, com a presença de integrantes do elenco, entre eles a atriz lajeadense Gabriela Munhoz.
Responsável pelas áreas de Juventude, Gênero e Educação Ambiental da Emater/RS-Ascar, Clarice Bock participou da mesa redonda apresentando ações realizadas pela entidade que contribuem para a valorização da igualdade entre gêneros e a consolidação da presença da mulher rural em espaços públicos e na sociedade como um todo. “Além da rejeição a qualquer tipo de discriminação, procura-se incluir a mulher nas decisões econômicas, sociais e políticas, fortalecendo suas organizações produtivas e possibilitando ainda o acesso a oportunidades de trabalho e renda”, ponderou.
“Antigamente o papel da mulher rural era relegado às atividades domésticas, com restrita participação em ações no espaço público”, lembrou Clarice. Assim, de acordo com a extensionista, ainda que não haja uma ação mais “frontal” em relação a violência doméstica contra a mulher do campo, elas são estimuladas a refletirem sobre o mundo em que estão inseridas, seja por meio de ações de geração de renda, de inclusão social e produtiva e de acesso às políticas públicas e direitos sociais. “Nossa ação consiste em reconhecer o papel da mulher na sociedade, valorizar os seus conhecimentos e dar visibilidade às suas ações”, analisa.
O evento prosseguiu com painel realizado pela delegada titular da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher de Lajeado, Márcia Colembergue que apresentou dados em relação ao feminicídio no Estado em 2015. De acordo com Márcia, ainda que a Lei Maria da Penha tenha se consolidado, nos últimos 10 anos, como importante mecanismo de defesa para a mulher, houve um aumento de 32% no número de mortes em 2014, com mais de 50% dos casos de agressão envolvendo o companheiro. Em sua abordagem também apresentou importantes conquistas a respeito do Projeto Orientar, realizado localmente.
Mediadora da mesa redonda e uma das coordenadoras da atividade, a professora do curso de Direito da Univates Elisabete Barreto Müller realizou um resgate a respeito dos temas abordados em cada edição, ressaltando a importância da ampliação de campos para o debate. Já a assistente técnica regional da área Social da Emater/RS-Ascar, Elizangela Teixeira, ressaltou a importância da troca de experiências envolvendo profissionais da entidade e acadêmicos de uma instituição de ensino. “E essa aproximação tem aumentado, com a nossa presença na Rede de Enfrentamento a Violência local”, lembrou Elizangela.
Texto: Ascom Emater